Análise

Boulos participa de edição extra do ‘Entre Vistas’, na TVT, na noite desta sexta

Deputado mais votado de São Paulo fala do clima e das mobilizações nesta reta final do segundo turno das eleições

Divulgação / Psol
Divulgação / Psol
Preferência por votos em branco ou nulo atinge 18%, um índice expressivo, mas esperado a 13 meses do primeiro turno

São Paulo – O deputado federal mais votado em São Paulo nas eleições deste ano, Guilherme Boulos (Psol), com mais de um milhão de votos, participa de edição extraordinária do programa Entre Vistas, na TVT, na noite desta sexta-feira (28), às 20h30. Na entrevista que será conduzida pelo jornalista Juca Kfouri, o deputado eleito e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) vai falar de eleições neste segundo turno, com destaque para a necessidade de apoiar as candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência e de Fernando Haddad para o governo de São Paulo.

“A virada em São Paulo não é fácil, por causa do tempo curto. Mas se o Haddad for bem no debate e o Tarcísio tiver alguma escorregada do Tarcísio, dá, Não está perdida a batalha”, diz Boulos, sobre o segundo turno em São Paulo. A entrevista foi gravada ontem antes do debate, no qual a maioria dos analistas afirma que Fernando Haddad (PT) venceu Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Boulos também deve comentar sobre o caso de Paraisópolis, que envolve a campanha de Tarcísio de Freitas (PL) ao governo de São Paulo. No último dia 17, Tarcísio visitava a favela na zona sul de São Paulo, quando um tiroteio tirou a vida de Felipe Silva de Lima, 27 anos, morador da comunidade.

O assunto ganhou novos desdobramentos nessa quinta-feira (27), após uma reportagem do site The Intercept Brasil divulgar o relato de quatro testemunhas, afirmando que policiais à paisana que faziam a segurança do ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL) mataram o homem que estava desarmado. Elas estavam na rua Manoel Antônio Pinto, onde o tiroteio aconteceu. O local fica a cerca de 100 metros do Polo Universitário de Paraisópolis, onde estava Tarcísio. 

Destruição de provas

O fato também esquentou o debate da noite de ontem (27) na TV Globo, entre Tarcísio e Haddad. O caso foi tema do quarto bloco da discussão entre os candidatos. Inicialmente, a campanha bolsonarista alardeou o fato como um atentado, o que foi desmentido. O caso segue cheio de perguntas sem respostas e Tarcísio também não conseguiu dar explicações convincentes.

Um membro de sua equipe de campanha ordenou a um cinegrafista que apagasse imagens feitas no local, que poderiam esclarecer as circunstâncias da morte de um rapaz no episódio. Haddad lembrou que o constrangimento para a destruição de evidências de um suposto crime é ilegal.

“Precisamos de uma polícia transparente. Que use câmeras, que preserve a cena do crime, preserve as provas (…) Um amigo teu (…) pediu para um cinegrafista apagar imagens em Paraisópolis onde ocorreu uma morte. Isso vai ser investigado. Você concorda com a atitude dele? Transparência vale para todo mundo, ou não? Para seu amigo não vale?”, questionou o petista.

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