Boca de urna: Haddad é o prefeito eleito de São Paulo

Aos 49 anos, o ex-ministro da Educação comandou uma campanha que partiu de 3% das intenções de voto para chegar ao comando da prefeitura derrotando José Serra, do PSDB, em uma reta final marcada por ataques

Antes desta campanha, Haddad havia participado apenas de uma disputa no Centro Acadêmico 11 de Agosto (Foto Paulo Pinto/ Flickr)

São Paulo – O ex-ministro da Educação Fernando Haddad é o novo prefeito de São Paulo, segundo pesquisa de boca de urna divulgada na tarde de hoje (28) pelo Ibope. Candidato pelo PT, ele obteve 57% dos votos válidos, segundo a sondagem, ante 43% do adversário, José Serra (PSDB), que sofre a segunda derrota seguida para um candidato do PT. Foram ouvidas 6 mil pessoas.

Se confirmada, a vitória será o ápice de um processo de crescimento que partiu de 3% das intenções de voto em maio para a liderança ao longo de todo o segundo turno, passando antes por uma ameaça de ficar de fora da fase final da disputa com a liderança de Celso Russomanno (PRB) ao longo de praticamente todo o primeiro turno. 

Paulistano, de 49 anos, Haddad entrou aos 18 na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP).Também na USP, fez mestrado em Economia e doutorado em Filosofia. Ingressou no PT em 1983, nos primeiros anos após a fundação do partido, e antes desta campanha havia apenas participado de uma disputa eleitoral: a do Centro Acadêmico 11 de Agosto, no curso de Direito.

Em 2001, convidado por João Sayad, então secretário de Finanças na prefeitura de São Paulo na administração de Marta Suplicy, assumiu a chefia de gabinete da secretaria. Em 2003, deixou a gestão municipal para se tornar assessor especial no Ministério do Planejamento, sob o comando do então ministro Guido Mantega, atual ministro da Fazenda.

 Otimista, Haddad evitou cantar vitóriaNo ano seguinte assumiu o posto de secretário-executivo no Ministério da Educação, e em 2005, com a ida do ministro Tarso Genro para a pasta da Justiça, assumiu o comando. Foi então que criou o Programa Universidade Para Todos (Prouni), que atendeu a mais de 1 milhão de estudantes desde que foi implementado até o segundo semestre de 2012. 

No período em que Haddad esteve no ministério, as vagas no ensino superior público federal passaram de 139,9 mil em para 218,2 mil, foram criados 126 campi universitários federais, 214 escolas técnicas e 587 polos de educação à distância. O número de formandos cresceu 195% nos últimos dez anos. Outra marca de sua gestão foi o fortalecimento e a ampliação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que deixou de servir como um projeto de avaliação e ranqueamento de escolas para se transformar em método de ingresso no ensino superior.  

Haddad foi um dos poucos ministros da era Lula mantido pela presidenta Dilma Rousseff, eleita em 2010. Só deixou o posto no início deste ano para participar da disputa pela sucessão paulistana, iniciada após um processo de negociação interno no qual foram preteridos a então senadora Marta Suplicy, o senador Eduardo Suplicy e os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zaratttini.