Blogueiros gaúchos comemoraram a denúncia entregue pelo Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul na quarta-feira (5) contra a governadora Yeda Crucius e mais oito pessoas. A instalação da CPI da da Corrupção na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (6) é um desdobramento apontado da ação.

Três deputados estaduais do PDT assinaram o pedido de abertura da comissão, levando a 20 o número de assinaturas. A bancada do PMDB decidiu também aderir. Com isso, a CPI já pode ser instalada.

Marco Aurélio Weissheimer, no RS Urgente, comemora a ação. “Nunca, antes, na história política do Rio Grande do Sul, houve qualquer coisa parecida”, afirma. Ele avalia que se trata da “maior crise institucional de que se tem notícia no estado”, porque a governadora, seu marido e assessores e figuras políticas ligados a eles são acusados.

Para Weissheimer, foi confirmada a “catastrófica previsão do tempo na política gaúcha” feita cinco meses antes, quando as denúncias de corrupção no Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS). Denúncias acusam desvios de recursos e uso de caixa 2 em campanhas eleitorais. 

“A ação de improbidade administrativa movida pelo MPF é apenas o primeiro passo para desvendar os caminhos da corrupção do governo Yeda e de seus aliados”, aponta Kiko de Machado, em seu Tomando na Cuia. “Na minha opinião ela (a CPI da Corrupção) será uma das principais artérias para desvendar os caminhos da corrupção”, completa.

Já Rodrigo Alvares, de A Nova Corja, enquanto anunciava o fim das atualizações do blogue, avisou: “Se alguém ainda duvidava do que alertamos aqui desde 2006, é melhor levar em consideração o que os procuradores do Ministério Público Federal aturaram em uma ação de 1,2 mil páginas, feita com base em cerca de 20 mil ligações telefônicas”.

Campanha eleitoral antecipada

Diante do teor da denúncia apresentada pelo MPF, Yeda declarou que “objetivo é implodir a imagem da Yeda, da governadora, a imagem de uma vida inteira”. “Trata-se de uma campanha eleitoral antecipada. Os interessados, que certamente não estão na nossa base, se organizam, e se organizam com os aparelhos que têm”, disse a governadora em entrevista à rádio Gaúcha.