eduardo cunha

Ativistas protestam contra ‘o inimigo número 1 da juventude’

Presidente da Câmara enfrenta manifestação de jovens do movimento Juntos! e da UNE ao chegar para almoço com empresários em São Paulo

Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress

Ativistas atacam as reformas promovidas na atual gestão do parlamentar no comando da Câmara

São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enfrentou protesto hoje (27) de um grupo de militantes do movimento Juntos! e representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) ao chegar para evento realizado em São Paulo com cerca de 500 empresários. Eles gritavam palavras de ordem e portavam uma faixa amarela com a frase “fora Eduardo Cunha”.

Os jovens afirmaram que o deputado “é o inimigo número 1 da juventude”. Eles atacam as reformas promovidas na atual gestão do parlamentar no comando da Câmara. “As mudanças, como a diminuição da maioridade penal e o financiamento privado de campanha, estão fora do que os movimentos sociais como um todo vêm debatendo”, disse Camila Souza, do Juntos! e da diretoria da UNE. “Fora as declarações sobre pautas importantes para as mulheres, como a legalização do aborto, que ele disse que só passaria por cima do cadáver dele”, disse.

Segundo Camila, o presidente da Câmara é “um homofóbico, um racista”. “Se for preciso nós vamos derrubar (o deputado da presidência da Câmara) para debater com a sociedade. Não é possível que um presidente da Câmara tenha envolvimento com escândalo (na Operação Lava Jato) e continue sendo presidente”, disse Camila.

Na palestra que proferiu a empresários, Eduardo Cunha afirmou que a terceirização “hoje é simplesmente a regulamentação do direito do trabalhador terceirizado”. “Quem hoje pode discernir entre atividade-meio e atividade-fim?”

Segundo Cunha, “o primeiro passo para eliminar a legislação (trabalhista) arcaica” foi dado com a aprovação do projeto de terceirização na Câmara. O deputado aconselhou que “os mesmos agentes” que pressionaram pela aprovação do PL na Câmara repitam a pressão no Senado, para o projeto não ficar “na gaveta”.

Sobre a redução da maioridade penal, justificou a necessidade de a legislação para combater o uso de menores por quadrilhas na prática de crimes. Sem entrar em detalhes, o parlamentar já prevê a próxima pauta polêmica na Câmara. “Agora vamos enfrentar a reforma tributária.”