Assessores de Yeda são convocados para depor em inquérito de espionagem

Amilcar Macedo, promotor do caso, promete oferecer denúncia em duas semanas (Foto: Julianne Maia/MPE Divulgação) São Paulo – Duas assessoras e um ex-chefe de gabinete da governadora Yeda Crusius (PSDB), […]

Amilcar Macedo, promotor do caso, promete oferecer denúncia em duas semanas (Foto: Julianne Maia/MPE Divulgação)

São Paulo – Duas assessoras e um ex-chefe de gabinete da governadora Yeda Crusius (PSDB), candidata à reeleição, foram convocados a depor ao Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul (MPE-RS) na sexta-feira (17). Sandra Terra, Walna Meneses e Ricardo Lied devem ser ouvidos na próxima semana sobre a investigação de espionagem na Casa Militar, órgão responsável pela segurança do governador.

A informação foi apresentada dois dias após depoimento do sargento César Rodrigues. Na ocasião, ele mencionou o nome de cinco servidores públicos civis e militares que teriam solicitado as consultas executadas por ele contra adversários políticos da governadora. A avaliação é de que os assessores podem ser algumas das pessoa citadas, mas não há confirmação a respeito.

Rodrigues usava uma senha “master” para acessar dados de jornalistas, advogados e políticos no sistema Consultas Integradas. O banco de dados concentra informações de diversos órgãos sobre os cidadãos gaúchos, como ficha policial e registros no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Até agora, o MPE identificou 96 mil consultas sobre cerca de 80 pessoas.

“Ele deu nomes e nos trouxe algumas provas que agora vamos avaliar com calma para ver se são pertinentes”, disse o promotor Amilcar Macedo, em entrevista à Rádio Gaúcha.

O sargento foi detido no começo de setembro, acusado de extorquir comerciantes de Canoas (RS) envolvidos com máquinas caça-níquel e bingo. Ele cobraria propina em troca de informações sobre investigações da polícia. Como os dados eram obtidos do mesmo sistema, o MPE descobriu que a senha de Rodrigues também servia a outros fins. Após prestar depoimento ele foi solto pela Justiça.

Na última segunda-feira, a governadora Yeda anunciou uma reestruração na Casa Militar. O órgão deve ser enxugado e deve dar maior assistência à Defesa Civil.

“Não tenho dúvida de que os acessos, pelo menos grande parte deles, foram feitos indevidamente, porque não dizem respeito à finalidade da Casa Militar”, afirmou Macedo ao Sul 21. “A Casa Militar tem a finalidade de garantir a segurança da governadora e de seus familiares, e de defesa civil. E esses acessos que ele fez não dizem respeito a essa finalidade. Então são indevidos e ilegais”, completou.

Em até duas semanas, o promoter deve oferecer denúncia à Justiça. A Polícia Federal participa das investigações desde a última semana.

Com informações do Sul21