Justiça Eleitoral

Ao TSE, Anderson Torres chama minuta golpista de ‘lixo’ e ‘loucura’

Ex-secretário e ex-ministro é investigado por atos terroristas de 8 de janeiro e em ações que podem tornar Bolsonaro inelegível

Carolina Antunes/PR
Carolina Antunes/PR

São Paulo – O ex-ministro da Justiça (governo Bolsonaro) Anderson Torres prestou depoimento nesta quinta-feira (16) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sobre a chamada “minuta golpista” encontrada pela Polícia Federal em sua casa. Torres está preso desde 14 de janeiro. A Justiça investiga sua ligação com os atos golpistas do dia 8, porque, à época, comandava a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

Torres, preso preventivamente, tinha em sua casa documento com estratégias para um golpe de Estado que impediria o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de tomar posse. Sua prisão, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), se deu por suspeita de crime omissivo próprio, ou seja, deixar de fazer algo determinado pela lei. Ao TSE, Torres classificou a minuta golpista como “lixo” e “loucura”.

A ação que investiga Torres está diretamente ligada ao ex-presidente Bolsonaro. O político é investigado por abuso de poder por suas investidas e discursos golpistas, em especial durante reunião com embaixadores em julho do ano passado. Este inquérito pode deixar Bolsonaro inelegível por oito anos. Além desta investigação, outras 15 tramitam no TSE e também podem deixar o ex-presidente incapaz de concorrer a cargos públicos.

Relatos sobre o depoimento de Torres dão conta de que sua postura foi moderada e discreta. O Bolsonarista vem argumentando que as minutas golpistas não possuem utilidade ou viabilidade jurídica. Contudo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu no início deste mês a manutenção da reclusão. “Não era documento para jogar fora. Estava, ao revés, muito bem guardado em uma pasta do governo federal e junto a outros itens de especial singularidade, como fotos de família e imagem religiosa”, afirma a PGR.

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