Farra dos imóveis

PF aponta movimentação de R$ 9,3 milhões e ‘transações atípicas’ da ex de Bolsonaro

Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro e candidata a deputada, teria movimentado R$ 9,3 milhões, de março de 2019 a janeiro de 2022

Reprodução/Redes sociais
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“Invadiram minha conta e quebraram meu sigilo bancário ilegalmente. Nada encontraram", diz a candidata

São Paulo – A advogada Ana Cristina Valle (PP-DF), ex-mulher de Jair Bolsonaro e candidata a deputada distrital, teria movimentado R$ 9,3 milhões, de março de 2019 e janeiro de 2022. Além disso, realizou transações atípicas, de acordo com a Polícia Federal com base em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), responsável pelo de combate à lavagem de dinheiro.

A informação é do jornal O Globo. A investigação se relaciona ainda com a compra de uma mansão em Brasília, avaliada em R$ 3 milhões, que já teve grande repercussão. Segundo reportagem do portal Uol que deu origem ao escândalo, desde os anos 1990 até hoje, o presidente Jair Bolsonaro, irmãos e filhos adquiriram 107 imóveis, dos quais ao menos 51 foram pagos total ou parcialmente com dinheiro vivo.

No final de agosto, a PF pediu à Justiça Federal a abertura de investigação sobre movimentação financeira de Ana Cristina. Depois de negar ser dona da mansão, que dizia ser alugada, admitiu ser proprietária do imóvel. Os indícios, de acordo com a PF, apontam para lavagem de dinheiro.

De acordo com a análise da PF divulgada hoje, dos recursos movimentados pela ex de Bolsonaro, a maior parte se deu entre junho de 2019 e junho de 2021. Foram registradas transações em sua conta bancária que somaram R$ 4,2 milhões em créditos e R$ 4,3 milhões em débitos, ainda segundo O Globo.

Assessora e auxiliar parlamentar

No período, Ana Cristina foi assessora do vereador Renan Marassi (PL) na Câmara de Vereadores de Resende (RJ), e recebia R$ 6,2 mil. Também trabalhou como auxiliar parlamentar da deputada federal Celina Leão (PP-DF) em Brasília, com salário de R$ 8,1 mil. Em junho deste ano, a advogada deixou seu cargo no Congresso para concorrer a deputada.

O jornal afirmou ter procurado Ana Cristina, que alega que “o Coaf mentiu e praticou fraude”. Ela prometeu que processará o órgão. “Invadiram minha conta e quebraram meu sigilo bancário ilegalmente. Nada encontraram e falsificaram informações, enganando a todos. Nada existe e desafio eles a mostrarem as comunicações financeiras de movimentação atípica ou mesmo um simples extrato bancário com estes valores alegados por eles falsamente.”

“Não devo satisfação a ninguém”

Segundo ela, trata-se de uma “mentira apenas para iniciarem um inquérito na Polícia Federal contra mim sem justa causa com o objetivo de prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro”.

Em vídeo que circulou nas redes sociais na semana passada, Ana Cristina se defendeu. Em tom agressivo, disse que não devia “satisfação a ninguém”. “Eu tenho 30 anos de trabalho na política, sou advogada, tenho meu meio, minha fonte de renda. Eu não devo satisfação a ninguém.”


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