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Em jantar com advogados progressistas, Alckmin é ‘batizado e passa no teste’

“Os advogados sentiram grande disposição para conversar e dialogar por parte do ex-governador”, diz coordenador do Prerrogativas sobre o candidato a vice-presidente na chapa com Lula

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Alckmin, Marco Aurélio de Carvalho e Pedro Serrano no jantar desta segunda-feira

São Paulo – Após jantar com o ex-governador Geraldo Alckmin, na segunda-feira (11), advogados do grupo Prerrogativas se disseram positivamente impressionados com a disposição ao diálogo demonstrada pelo ex-tucano. Alckmin foi oficialmente indicado pelo seu novo partido, o PSB, a ser candidato a vice-presidente da República, na chapa com Luiz Inácio Lula da Silva. Organizado pelo coletivo – que reúne advogados e juristas progressistas atuantes na defesa da democracia e das instituições –, o encontro aconteceu no apartamento do jurista Pedro Serrano e reuniu diversas lideranças, como os pré-candidatos ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB).

Alckmin conversou longamente com a diretora do Instituto Lula, Tamires Sampaio, e com Sheila de Carvalho, advogada e articuladora da Coalizão Negra por Direitos. Um dos temas foi segurança pública, considerado por alguns analistas um dos mais importantes debates dentro da centro-esquerda, já que o bolsonarismo se apropriou dessa matéria.

Segundo Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas, o encontro serviu como “uma espécie de batismo” e Alckmin “passou no teste”. Um advogado do coletivo relatou à reportagem que muitos presentes ao evento ficaram surpresos com o “carisma” do ex-governador.

Novidade

“Os advogados, de modo geral, sentiram uma disposição e disponibilidade muito grande para conversar e dialogar, por parte de Alckmin. Ele deu atenção a todo mundo e impressionou as pessoas”, concorda Carvalho. Ele destaca a disposição de Alckmin em “olhar para a frente e deixar de lado as diferenças políticas, algumas pesadas”, que tem, historicamente, com o PT. No jantar de ontem, o coordenador do Prerrogativas se dirigiu a Alckmin como “companheiro Geraldo”.

Para ele, a capacidade de Lula de ser pragmático e conseguir ampliar o diálogo é conhecida. Mas no caso do ex-presidente, que governou com o MDB, por exemplo, isso não é novidade. “A grande novidade é o Alckmin fazer isso.” O ex-tucano tem carreira e imagem fortemente ligadas ao PSDB, partido do qual é um dos fundadores. Sua assinatura foi a sétima na história de criação da legenda.

“Condições de governabilidade”

Presente no jantar, o ex-prefeito Fernando Haddad, pré-candidato ao governo de São Paulo, manifestou mais uma vez sua discordância dos que são contrários à chapa. “Às vezes eu acho que os críticos da chapa Lula-Alckmin não estão se dando conta do tamanho da encrenca. É uma encrenca muito grande. Precisamos somar forças. Não é só Lula ganhar a eleição, é preciso criar condições de governabilidade”, escreveu hoje, no Twitter.

A opinião é semelhante à do senador Rogério Carvalho (PT-SE). “Precisamos somar esforços. Estamos lidando com um grupo muito perigoso, sem limites. Precisamos criar uma estabilidade para poder governar depois”, disse o senador à RBA na segunda-feira (11).

O ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, manifestou visão equivalente na semana passada. “Tenho impressão de que Lula pensou em Alckmin, um homem conservador, de uma ‘direita civilizada’, como se diz, no momento em que achou que sua eleição era provável. Lula está justamente preocupado com a governança”, observou. 

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