ELEIÇÕES ESTADUAIS

Márcio França é alvo de operação da Polícia Civil e diz que ação possui ‘cunho político-eleitoral’

Investigação apura supostos crimes de desvio de verbas na área da Saúde, em São Paulo; ex-governador chamou de ‘trapalhada com falsas alegações’

Marcos Corrêa/PR
Marcos Corrêa/PR
Em nota, Márcio França disse que a operação indica que começaram as eleições 2022. 'Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações'

São Paulo – O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) foi alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo na manhã desta quarta-feira (5). Pré-candidato ao governo estadual, França disse ter sido alvo de uma operação de “cunho político eleitoral” com “abuso de poder político”.

A ação faz parte da operação Raio-X, que investiga supostos desvios na área da saúde. Os policiais cumprem 34 mandados de busca e apreensão nas regiões de Araçatuba, Bauru, Baixada Santista, Campinas, capital paulista e Presidente Prudente. Entre eles estão endereços ligados ao ex-governador em São Vicente, na Baixada Santista, e na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo.

Em nota, Márcio França disse que a operação indica que “começaram as eleições 2022”. “Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas ‘autoridades’, com ‘medo de perder as eleições’, tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa”, escreveu em nota.

A investigação da Polícia Civil apura os crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. No suposto esquema investigado, Organizações Sociais (OSs) teriam sido usadas para desvios de recursos mediante contratos superfaturados para gestão de unidades de saúde durante o mandato de França no governo paulista.

‘Ação política’

O pré-candidato negou ter qualquer relação comercial ou advocatícia com as pessoas jurídicas e físicas que são alvo da investigação da Polícia Civil. E reiterou que a ação tem um viés político para enfraquecê-lo na disputa eleitoral ao governo estadual.

“É lamentável que se comece uma eleição para o Governo de SP com estas cenas de abuso de poder político”, afirmou. “Eu não sou alvo de nenhuma operação, pois sou advogado particular, não tenho relações nem vínculo com serviços públicos. Não tenho relação com a área médica ou de saúde.”

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) expressou estranheza em relação à condução da operação. “Muito estranho que a operação contra o Márcio França aconteça 3 anos depois que acabou o seu mandato de governador. Agora que ele virou adversário do governo, num ano eleitoral, fazem uma operação dessa natureza”, tuitou.