CPI da Covid

‘Não dá para ter sucesso na vacinação sem vacina e comunicação’, diz ex-coordenadora do PNI

Francieli Fantinato criticou o que julgou ser uma “politização” da vacina e lamentou falas contrárias de personalidades públicas à imunização

Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado
A ex-chefe do PNI disse ainda que o programa sempre foi assessorado por conselhos técnicos e a sociedade científica

São Paulo – A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Francieli Fontana Fantinato, afirmou que a ausência de vacinas e a falta de comunicação do governo federal impediu que a campanha de imunização fosse efetiva. A especialista presta depoimento na CPI da Covid, nesta quinta-feira (8), como investigada.

“Para um programa de vacinação ter sucesso, é necessário ter vacina e campanha de comunicação efetiva e, infelizmente, não tive nenhum dos dois”, declarou Francieli.

A ex-coordenadora do PNI disse ainda que o programa sempre foi assessorado por conselhos técnicos e pela sociedade científica, porém, faltou um “quantitativo suficiente” para uma execução rápida de campanhas publicitárias para a população brasileira. Em seguida, Francieli acrescentou que qualquer pessoa que fale contra a imunização vai trazer dúvidas à população, por isso a necessidade de se ter uma comunicação única.

“É uma evidência que a vacinação tem resultado, mas quando é colocada em dúvida, por causa de uma politização, pode haver prejuízo para a campanha de vacinação. A politização da vacina chegou num limite que me fez caminhar pelas minhas questões pessoais”, criticou.

O pedido para a audiência da servidora partiu do senador Otto Alencar (PSD-BA), que apresentou a informação de que ela teria editado nota técnica destinada aos estados recomendando a vacinação de gestantes que tinham recebido a primeira dose da AstraZeneca com qualquer vacina que estivesse disponível, sem nenhuma comprovação de segurança ou eficiência. Conforme o parlamentar, esse procedimento, que é chamado intercambialidade, provocou mortes no Brasil. Ela foi exonerada do cargo em 30 de junho, a pedido.


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