Ministério da Saúde pôs gestantes em risco na vacinação, diz senador
Otto Alencar (PSD-BA) disse que Queiroga promove “pseudo-vacinação” ao ignorar recomendações expressas nas bulas dos imunizantes
Publicado 08/06/2021 - 14h13
São Paulo – O senador Otto Alencar (PSD-BA) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tiveram um bate-boca durante a sessão da CPI da Covid, nesta terça-feira (8). “Ministro, o senhor leu todas as bulas das vacinas?”, questionou o senador. Diante da negativa do ministro, ele quis saber quem foi o responsável por orientar que gestantes que tomaram a primeira dose da vacinação com AstraZeneca pudessem tomar a segunda dose de qualquer outro laboratório.
Essa norma técnica foi publicada após ter sido registrado a morte de uma gestante, em função dos efeitos colaterais da AstraZeneca. Segundo Alencar, a bula da Pfizer também não recomenda a aplicação do seu imunizante em mulheres grávidas. De acordo com Queiroga, essa determinação foi expedida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Não, senhor ministro. Não foi. Foi a doutora Francielli Fantinato (diretora do PNI)”, rebateu o senador. “Fale a verdade, ministro. A ciência não pode mentir.”
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Alencar acrescentou que, “por falta de conhecimento”, Queiroga estaria produzindo uma “pseudo-vacinação” no Brasil. “Não tem pseudo-vacinação nenhuma. A sociedade brasileira reconhece os esforços que temos feitos. Não aceito que seja desqualificado um patrimônio da sociedade brasileira”, reagiu o ministro.
Diante da discussão, os trabalhos da comissão foram interrompidos. Na volta, Alencar minimizou o ocorrido, alegando que “chumbo trocado não dói”, já que Queiroga também havia se exaltado. Mas, diante do ocorrido, os questionamentos acabaram ficando sem as respostas devidas. Otto Alencar também havia questionado o prazo para aplicação da segundo dose da vacina da Pfizer. De acordo com o laboratório, a aplicação deve ocorrer 21 dias após a primeira dose. Enquanto que o ministério da Saúde tem recomendado o intervalo de 12 semanas.