São Paulo – A Câmara dos Deputados realiza, nesta segunda-feira (1º), a eleição da nova Mesa Diretora, que irá presidir as atividades da Casa durante 2021 e 2022. Ao todo, oito deputados federais concorrem à cadeira da presidência da Câmara, com Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) entre os mais cotados.

O prazo limite para a formação de blocos parlamentares termina ao meio-dia. Os cargos da Mesa Diretora da Câmara são distribuídos aos partidos e é composta pelo presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e seus suplente.

Para substituir o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ) estão os candidatos Baleia Rossi, que une parte da oposição ao presidente Bolsonaro, o deputado apoiado pelo governo Arthur Lira. O emedebista contava com o apoio de 10 partidos, entre eles o PT, PDT, Rede, Cidadania e Solidariedade, até este final de semana, quando o DEM e o PSDB deixaram o bloco. O candidato bolsonarista é endossado por 11 legendas, incluindo PSL, PSC, PP, Republicanos e Patriotas.

Também concorre à Mesa Diretora Luiza Erundina (Psol-SP) e Marcel van Hatten (Novo-RS), e outros quatro candidatos avulsos: Alexandre Frota (PSDB-SP); André Janones (Avante-MG); Fabio Ramalho (MDB-MG); e General Peternelli (PSL-SP).

O Regimento Interno da Câmara prevê que a eleição dos membros da Mesa é feita em votação secreta e pelo sistema eletrônico, com a exigência de maioria absoluta de votos (metade mais um) no primeiro turno e maioria simples no segundo turno.

Maia sai enfraquecido

Rodrigo Maia deixará a presidência da Câmara após se omitir em relação a 60 pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro. Acabou passado para trás pelo seu partido, o DEM, na noite deste domingo (31), quando a legenda anunciou que ficaria isento na disputa, liberando os deputados para votar em quem quiserem. O partido estava no bloco de apoio a Baleia Rossi.

A proposta de ficar isento na disputa partiu do presidente do partido, ACM Neto (BA), e teve a anuência de nomes importantes na legenda, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o ex-governador de Pernambuco Mendonça Filho e o ex-senador José Agripino.

Para contestar a decisão do partido, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, Maia afirmou que tem em mãos um parecer jurídico favorável à abertura do processo de impeachment de Bolsonaro e que pode ser usado pelo parlamentar para embasar uma eventual decisão nesse sentido.

Aliados do presidente Bolsonaro já apontam para vitória de Lira, após a decisão do DEM. “Eu sou muito conservador com isso. Acho que o Arthur tem entre 280 e 290 votos”, disse Marcelo Ramos (PL-AM) à BBC News Brasil. Para ser eleito, é preciso de 257 votos.