“Serra é meu amigo, mas deveria continuar governador” diz Cabral

São Paulo – O governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição Sérgio Cabral (PMDB) disse, nesta quinta-feira (26), que lamenta ver José Serra (PSDB), a quem chamou de […]

São Paulo – O governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição Sérgio Cabral (PMDB) disse, nesta quinta-feira (26), que lamenta ver José Serra (PSDB), a quem chamou de “amigo”, como candidatado à presidência da República, e não à reeleição ao governo de São Paulo. Cabral apoia a petista Dilma Rousseff (PT) ao Planalto. A declaração foi feita horas depois da divulgação da pesquisa do instituto Datafolha, em que a candidata governista tem 49%, contra 29% do tucano – indicando desfecho em primeiro turno.

“É uma pena, ele poderia ter continuado como governador de São Paulo (…) Acho que a Dilma é a melhor opção para dar continuidade ao governo do Lula, com todo o respeito e carinho que tenho pelo candidato Serra”, afirmou Cabral, durante a sabatina Folha/UOL. Ele classificou a aliada como “uma baita de uma executiva” e “realizadora”.

“O Serra é qualificado, não vou esconder isso. É meu amigo pessoal. É uma pena, ele devia ter continuado governador de São Paulo, porque eu gosto dele”, disse Cabral. “No conjunto que está se apresentando aqui, a Dilma é a melhor opção. Eu não o desqualifico em nada. Mas ela é qualificada também.”

“A Dilma conquistou essa candidatura. Pela sua história e por seu desempenho. O Lula é pragmático, gosta de eficiência. Ele acredita, na minha linha, no que pode dar certo. Ele quer ver as coisas acontecendo”, afirmou. “Ela é fazedora, é séria, honesta, competente. Não vai ficar escrava de partidos. É uma executiva e uma democrata, sabe ouvir.”

Lula e imprensa

Durante a sabatina, o governador do Rio relançou o rumor de candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a secretário-geral da ONU, afirmando que a ideia é bem vista por chefes de Estado, como o presidente francês Nicolas Sarkozy. Sérgio Cabral defendeu como “ética” as posições de Lula em relação ao governo cubano, dizendo que “com Cuba, (o presidente brasileiro) parece ter uma relação muito emotiva”.

Em relação à imprensa, o governador contou que, com sete anos de idade, visitou o pai – o jornalista Sérgio Cabral, do Pasquim – preso, durante a ditadura militar, para afirmar que se opõe a qualquer cerceamento. Ele lembrou ainda que, como senador, entrou com habeas corpus que garantiu a permanência no Brasil do jornalista Larry Rothher – o governo Lula havia negado o visto após Rother, correspondente do New York Times, ter publicado um perfil do presidente que o apresentava como bêbado.