A menor em 30 anos

Tucanos mantêm presidência da Assembleia em SP, mas bancada encolhe

Maior representação é a do PSL, de Bolsonaro, seguida do PT. Deputada mais votada, Janaína Paschoal perdeu disputa pelo comando do Legislativo paulista

José Antonio Teixeira/Alesp

Mulheres crescem, mas homens brancos continuam maioria esmagadora na Casa

São Paulo – Os tucanos conseguiram reconduzir hoje (15) Cauê Macris para a presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo, para mais um mandato de dois anos, mantendo uma sequência no poder no Legislativo paulista. Ele recebeu 70 dos 94 votos. Mesmo com a vitória, o PSDB entra na nova legislatura com a menor bancada em 30 anos: apenas oito parlamentares estão entre os 94 que tomaram posse hoje, ante 22 na anterior, em mais um exemplo de que o avanço conservador nas eleições de 2018 foi prejudicial para o partido do governador João Doria.

Deputada mais votada no ano passado, a advogada Janaína Paschoal (PSL) tentou a presidência da Casa, mas ficou com apenas 16 votos, um a mais do total da bancada do seu partido. O outro voto foi de Arthur Mamãe Falei (DEM), que provocou um princípio de tumulto no plenário, ao tentar puxar um microfone. Daniel José (Novo) e Mônica Seixas, da Bancada Ativista (Psol), receberam quatro votos cada. 

A Assembleia de São Paulo foi a última a iniciar as atividades devido a uma lei de 1971. Mas, a partir da próxima legislatura, em 2023, o calendário será ajustado ao restante do país, com início no primeiro dia de fevereiro.

O parlamento paulista teve 55% de renovação para esta legislatura. Entre os destaques, a eleição da primeira deputada transexual, Erica Malunguinho (Psol), e também da Bancada Ativista, um mandato composto de nove vozes, representados por Mônica Seixas. A Casa mostra fragmentação partidária, com representantes de 24 legendas. 

Espero que a novidade traga mudanças reais e efetivas em relação ao combate à violência, à homofobia e ao racismo. Espero que todos estejam comprometidos com o rompimento das desigualdades e que trabalhem para as pessoas e não para si mesmos”, disse Erica.

A representação feminina aumentou. Na legislatura anterior, as mulheres eram 9,5% do total e, agora somam 20%, com 15 deputadas. Apesar das mudanças, a composição da Casa segue majoritariamente formada por homens brancos (80%). Soma-se a isso, a entrada de nove novos deputados de origem militar, o que promete ampliar a força da chamada “bancada da bala”. 

Outro destaque foi a ascensão do PSL. Antes sem representação na Casa, agora o partido de Bolsonaro concentra a maior bancada, com 15 parlamentares. Na sequência vem o PT, com 10 deputados. Com o mesmo número de cadeiras dos tucanos, vem o PSB. 

ALESP deputados

 

ALESP mulheres

Leia também

Últimas notícias