Procedimentos médicos

Marisa passou por primeiro exame para atestar morte cerebral

Médicos preveem mais um exame no fim da tarde desta sexta (3) antes de concretizar doação de órgãos. Ontem, Lula recebeu adversários. Hostilidades nas ruas e redes sociais preocupam ex-presidente

Fotos Ricardo Stukcert/Instituto Lula e Beto Barata/PR (Com Temer)

Marisa Letícia foi internada no dia 24 após AVC. Doação de órgãos foi autorizada ontem. Lula recebeu adversários

São Paulo – A ex-primeira-dama dona Marisa Letícia deve passar nesta sexta-feira (3) por um protocolo de avaliação de morte cerebral. De acordo com as regras dos procedimentos médicos, a avaliação pode se estender ao longo do dia. A assessoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que o primeiro está previsto para o meio-dia, e o segundo pelo menos seis horas depois.

Atualização: De acordo com boletim do hospital, “às 12h05 desta sexta-feira foi realizada a primeira etapa do protocolo de morte encefálica da sra. Marisa Letícia Lula da Silva, que deverá ser finalizado às 18h05 da data de hoje”.

Somente após essas etapas se poderá atestar a perda definitiva e irreversível das funções cerebrais. O processo de doação de órgãos, segundo a equipe, só pode ocorrer após concretizado esse protocolo. “Agradecemos mais uma vez todo o carinho dos que querem prestar suas últimas homenagens à nossa querida Dona Marisa Letícia”, diz o informe. O velório de Marisa será na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e aguarda definição de data e horário.

O ex-presidente Lula recebeu as visitas de adversários políticos nesta quinta-feira (2). À tarde, teve, ao lado do ex-chanceler e ex-ministro da Defesa Celso Amorim, encontro de cerca de uma hora com Fernando Henrique Cardoso – a quem também visitara por ocasião da morte de dona Ruth Cardoso, em 2008, quando Lula estava na Presidência da República e decretou três dias de luto oficial. FHC estava acompanhado do ex-ministro de Direitos Humanos e da Justiça José Gregori.

À noite, chegaram ao Hospital Sírio-Libanês o presidente Michel Temer, acompanhado dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Moreira Franco (nomeado ontem para o posto de chefe da Secretaria-Geral, criada com status de ministério), José Serra (Relações Exteriores) e Helder Barbalho (Integração Nacional). Participaram da comitiva o ex-presidente José Sarney, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA), Eduardo Braga (PMDB-AM), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), recém-eleito presidente do Senado.

As autoridades chegaram de van e foram recebidas aos gritos de “golpistas” por um grupo de pessoas concentradas na entrada principal.

A visita da comitiva teve o aval de Lula. Segundo um dirigente petista, o gesto do ex-presidente teve o objetivo de demonstrar que as divergências devem ser tratadas como tal, e “não podem estar desacompanhadas de relacionamento humanizado e respeitoso, capaz de proporcionar o diálogo e busca de entendimentos onde forem possíveis”.

Ainda de acordo com esse dirigente, que elogiou a visita dessas autoridades, a porta principal poderia ter sido evitada. “Com seu gesto de acolher os adversários políticos, Lula sinalizou que é necessário desestimular o ambiente de ódio e hostilidades que às vezes se manifesta nas ruas ou nas redes sociais, e que não corresponde ao sentimento majoritário do povo brasileiro.”

 

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