Comissão especial

‘Os que perderam a eleição continuaram a incendiar o país’, diz líder do PMDB

Leonardo Picciani não se posiciona a favor ou contra o impeachment, diz que deputados do partido estão livres para votar 'com sua consciência', mas destaca que mandato de Dilma é 'legítimo'

Lúcio Bernardo Jr/Agência Câmara

Em fevereiro, Picciani venceu a eleição para o comando do PMDB

São Paulo – O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), disse, nos debates na comissão especial do impeachment, hoje (11), que os parlamentares de seu partido estão liberados para votar “de acordo com sua consciência”. Segundo ele, um “amplo acordo” foi feito na bancada da legenda, referendando por unanimidade sua composição no colegiado. O líder defendeu “dar um passo adiante que não conseguimos dar em 2014”. Apesar do discurso cuidadoso, disse que a eleição de Dilma foi “legítima”.

Picciani declarou que “os dois lados”, da eleição de 2014 (Dilma Rousseff e Aécio Neves), são responsáveis pela crise que decorre desde a eleição, e que, apesar de ter votado em Aécio, discorda da tese de ilegitimidade do mandato da presidenta Dilma. “Eu votei no candidato que perdeu, mas não me filio à tese de que a eleição foi ilegítima. Foi legítima.”

“Confesso que tenho a clareza de que faltou ao fim daquele processo a capacidade, de quem ganhou, de estender as pontes e buscar a unidade do país, já que venceu num cenário de divisão. Faltou a quem perdeu a resignação de aceitar o resultado das urnas, de compreender que o país tem que estar acima das ambições pessoais de cada um. Os que perderam continuaram a incendiar o país numa tentativa de deslegitimar o processo. Isso foi nefasto. Os problemas que vivemos hoje decorrem da incapacidade dos dois lados.”

O parlamentar disse ter recebido “centenas, milhares” de mensagens contra e a favor do impeachment. “Algumas bastante razoáveis. Mas recebi mensagens que considero fora dos princípios democráticos e republicanos.”. Ele não revelou de qual dos dois “lados” vieram as mensagens que ofenderiam a democracia. “Seja qual for o desfecho, nós ainda teremos um longo caminho pela frente.”

Em fevereiro, Picciani venceu a eleição para o comando do PMDB. Ele bateu Hugo Motta (PB), o candidato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e, por 37 votos a 30, foi reeleito líder do partido. O Planalto comemorou o resultado, já que o atual líder é considerado um aliado do governo. A expectativa agora é conhecer o voto de Picciani na comissão.

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