Crise

‘Esta não vai ser uma semana para covardes’, afirma Maria do Rosário

Para deputada petista, decisão do PSDB de 'fechar questão' pelo impeachment já era esperada e, na opinião de Jandira Feghali, país vive 'guerra' política

Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

Para deputada do RS, PSDB está “inteiramente envolvido de forma solidária com Cunha desde o início”

São Paulo – “Esta semana vai ser forte, não vai ser uma semana para covardes.” A avaliação é da deputada Maria do Rosário (PT-RS), sobre a batalha política em andamento em Brasília em torno do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que pode levar à cassação do deputado e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além do julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre os ritos do processo de impeachment.

Na quinta-feira (10), a temperatura política da crise subiu mais alguns graus, depois que o PSDB resolveu unificar o discurso e se declarar a favor do impedimento de Dilma Rousseff. “Isso já era esperado. O que dá para compreender é que, em relação às medidas de protelação do Eduardo Cunha (no Conselho de Ética), o PSDB está inteiramente envolvido de forma solidária com Cunha desde o início. É preciso realmente enfrentar e denunciar, não aceitar o comando espúrio de Cunha e a continuidade do processo do impeachment”, diz a deputada gaúcha.

Na sexta-feira (11), Dilma Rousseff minimizou a decisão do PSDB. “Não é nenhuma novidade. Não é possível que os jornalistas tenham ficado surpreendidos”, disse. “A base do pedido (de impeachment) e das propostas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é o PSDB, sempre foi”, afirmou Dilma em entrevista coletiva.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a decisão que unificou o PSDB a favor do impeachment – com apoio comemorado de Fernando Henrique Cardoso – não muda a situação em relação à prática dos tucanos durante todo o ano. “Eles defendem o impeachment desde janeiro, quando Dilma assumiu”, diz. “O fato de unificarem o discurso é negativo (para o governo) porque, enquanto estavam divididos, tinham menor possibilidade de ter todos os seus líderes na mesma posição. Mas, na realidade, mesmo sem unidade declarada, eles não votariam de forma diferente. É guerra, uma guerra política por projetos.”

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