Paulo Vannuchi

PT decide não fazer defesa pública de José Dirceu

Analista político diz que partido vive separação entre coração e razão, mas reafirma que companheiro não foi abandonado

José Cruz/Agência Brasil

“Um ataque político espalhafatoso”, diz Vannuchi sobre a prisão de José Dirceu pela Operação Lava Jato

São Paulo – O cientista político Paulo Vannuchi, em comentário hoje (5) para a Rádio Brasil Atual, analisou a decisão do PT de não realizar uma defesa pública ampla ao ex-ministro José Dirceu, que voltou a ser encarcerado na manhã da segunda-feira (3), em mais uma fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. No entanto, ele reitera que “o partido não está abandonando o companheiro” e que ninguém pode ser condenado sem provas.

“A direção do partido, a executiva nacional, deve ter vivido uma separação entre o coração e a razão”, avaliou Vannuchi. Para ele, Dirceu está “sendo vítima de um ataque político espalhafatoso, pois se trata da ‘prisão de um preso'”. O ex-ministro já cumpria prisão em regime especial, conforme o Direito Constitucional e o Código Penal brasileiros.

Vannuchi observa que a prisão de Dirceu era prevista, diante do momento político. “Até imaginei que o juiz Moro fosse realizar a prisão na semana da manifestação golpista (marcada para dia 16) para inflamar”, disse.

“O partido não tem como se posicionar sobre acusações contra Dirceu que digam respeito à sua atuação como consultor privado, ou seja, fora do governo”, destaca.

Em nota oficial divulgada na noite de ontem (4), o PT exortou a militância a repudiar o ataque a bomba contra o Instituto Lula, ocorrido na noite do último dia 30, definido por Vannuchi como “a barreira que não havia sido ultrapassada ainda: a violência fruto da intolerância e do ódio”.

Ouça a íntegra na Rádio Brasil Atual

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