suprapartidário

Reação ao conservadorismo amplia representação em Minas Gerais

Frente Mineira pelo Brasil, lançada recentemente, promete lutar pela ampla defesa de direitos da população

divulgação/Facebook

Lançamento da Frente Mineira pelo Brasil, na sexta (7), com movimentos sociais e setores da esquerda

Belo Horizonte – Movimentos, entidades e grupos políticos em Minas Gerais estão se articulando para enfrentar a onda conservadora que tem dominado o país. Para integrar o movimento contra o crescimento da onda conservadora no país, movimentos sociais e demais entidades da sociedade civil lançaram em Belo Horizonte a Frente Mineira pelo Brasil, em evento realizado na sexta-feira (7).

A frente se articula em torno de uma pauta concebida para o enfrentamento do crescimento do conservadorismo no país e seu ataque sistemático à democracia, ao patrimônio nacional e aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Segundo seus integrantes, trata-se de um movimento suprapartidário e sem fins eleitorais mas com o objetivo principal de contribuir para uma agenda positiva para o país.

Uma das linhas de trabalho da Frente Mineira será o enfrentamento ao clima de golpismo. Na visão de Alexandre Freitas, integrante da Juventude do PT em Minas Gerais (JPT-MG), não haverá queda da presidenta eleita, mesmo diante do Congresso mais conservador desde 1964, com a bancada sindical reduzida pela metade. Freitas acredita numa coalizão de forças com vistas à construção de uma “nova governabilidade”, que passa tanto pelas ruas quanto por Brasília.

“A representação máxima desse retrocesso é vista na figura do Eduardo Cunha que pauta a aprovação de uma anti-reforma política, a redução da maioridade penal, a generalização da terceirização no trabalho e a alteração na Lei de Partilha do Pré-Sal, em que se sedimentam os planos de privatização da Petrobras, a maior empresa do país. No Congresso, o PT está buscando rearticular sua base aliada, principalmente no Senado, para fazer enfrentamento aos retrocessos impostos por Cunha. No âmbito não institucional estamos articulando a construção de uma grande coalizão que reúne sindicatos, associações, outros partidos, ONGs e diversos movimentos sociais” afirmou.

Segundo Freitas, essa união de movimentos é inspirada na Frente Ampla do Uruguai, que se denomina como um partido político com definição antioligárquica e antiimperialista, situado à esquerda do espectro político e que é fruto da junção de vários partidos.

No lançamento, a presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), Beatriz Cerqueira, lembrou que a frente faz parte de uma trajetória de lutas unitárias que devem seguir em frente. Já o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) defendeu articulações nacionais em torno de uma plataforma que inclua a defesa da democracia, dos direitos sociais, da soberania nacional e uma mobilização pelo fim do financiamento privado de campanhas eleitorais. “Não vamos aceitar a retirada de direitos e somos contra o ajuste fiscal. É preciso um outro projeto de modelo econômico”, ressaltou.

Em nota divulgada à imprensa, a Frente afirma a necessidade da construção de um outro ciclo de desenvolvimento para atender as demandas da população brasileira. “Este ciclo deve almejar em seu horizonte a realização de reformas democráticas e estruturais, ampliação de direitos sociais, uma política econômica marcada pela geração de emprego, distribuição de renda e fortalecimento da indústria nacional ao contrário da política de juros altos vigentes. Este ciclo somente se abrirá e será vindouro se for conduzido pela força social organizada de milhões de brasileiros”, conclui a nota.

Nos dias 5 e 6 de setembro, Belo Horizonte sediará um encontro nacional que objetiva pensar as estratégias e os próximos passos da articulação. A organização prevê a presença de 5 mil pessoas nesse evento.

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