Protesto da direita

Diferentes tendências conservadoras encontram-se na Paulista

Movimentos federalista, monarquista, intervencionista e o colunista de 'Veja' mostram as faces do pensamento contra a democracia

Marcia Minillo / rba

Representantes do pró-monarquia defendem o retorno do regime: um bisneto da princesa Isabel assumiria

São Paulo – Conforme a manifestação na avenida Paulista prosseguia, um estande do Movimento Federalista Brasileiro procurava atrair o público. Muitas pessoas paravam para ver se defender uma proposta de federalização do Brasil valia, ignorando, entretanto, que o país já é uma República Federativa.

Segundo o policial civil Daniel Luiz, é importante federalizar o Brasil para combater a corrupção, pois há 20 anos o país é afrontado. Por isso, ele não acredita muito no impeachment da Dilma, mas crê que as manifestações são importantes para mobilizar e conscientizar a população, para votarem “certo” nas próximas eleições. Ele só acredita no impeachment se houver base legal.

Representantes do pró-monarquia vieram defender o retorno do regime, pois muitos hoje não se sentem representados pelos políticos. O ideal para eles seria que um bisneto da princesa Isabel assumisse uma monarquia parlamentarista, que é um sistema mais ágil. Quando se tem uma crise como agora troca-se de primeiro ministro. Para eles, o golpe de verdade foi a proclamação da República.

O caminhão dos Defensores da Intervenção Militar dizia que o governo atual, assim como todas as esferas dele, está tentando destruir o povo brasileiro. Para eles, o projeto de redução da velocidade no trânsito em São Paulo é uma forma de deixar a população nervosa para que esqueça os problemas do governo. Eles apontam que o Brasil está importando arroz do Mercosul sem impostos para destruir os agricultores do sul do país. Próximo ao local aonde estavam vários cartazes defendendo a intervenção, vários deles estavam destruídos, demonstrando que a população que participa dos protestos pelo impeachment não está muito favorável à intervenção militar.

O colunista da Veja Reinaldo Azevedo compareceu ao protesto e foi bastante tietado. No entanto, a maior parte das pessoas não o reconhecia, e ficavam perguntando quem ele era. Outros queriam que Raquel Sherazade estivesse presente no protesto.

Um repórter do canal GloboNews foi hostilizado pelos manifestantes próximos ao caminhão que defendia a intervenção militar. Manifestantes diziam que ele estava defendendo o PT.

No fim do protesto, o carroceiro Thiago Santos surgiu com sua carroça, seus dois filhos, um de cinco anos e uma menina de 2 e sua esposa. Ele virou atração da manifestação, e todos os manifestantes queriam tirar uma foto dele. Eles diziam “tá vendo? PT diz que só tem branco e rico no protesto”, ele carregava uma bandeira com os escritos “fora Dilma, fora PT”, camisetas distribuídas no protesto e bandeiras do Brasil. Ele dizia “só protestando insatisfeito, pois Dilma está mexendo nos direitos dos trabalhadores. Ela cortou a defesa dos pescadores e o PIS”.

Ele falou também das dificuldades que estão enfrentando e apontou que ela não cumpriu a palavra na campanha eleitoral. O carroceiro disse não ter recebido dinheiro, apenas o que as pessoas estavam dando enquanto caminhava pela Avenida Paulista. Porém, pouco antes da reportagem da RBA falar com ele, ele foi chamado por um homem que saiu do caminhão da intervenção militar, com roupas militares, que falou algo em seu ouvido e fez um gesto que significa dinheiro, mas não entregou nada naquele momento.

Às 18h, restam poucas pessoas na Avenida Paulista. Até então não houve nenhum problema ou violência.

Marcia Minillo / rba
Thiago Santos surgiu com sua carroça, seus dois filhos, um de cinco anos e uma menina de 2 e sua esposa

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