imparcialidade

CPI do BNDES é instalada; José Rocha, do PR, será o relator

Deputado Marcos Rotta (PMDB-AM) vai presidir o colegiado

Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados

Relator informou que vai apresentar requerimento para convocar o presidente do BNDES para depor

Brasília – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES foi instalada hoje (6) e elegeu, por unanimidade, o deputado Marcos Rotta (PMDB-AM) como presidente do colegiado. Deputado federal em primeiro mandato, Rotta é vice-líder do bloco formado por PMDB, PP, PTB, PSC, PHS e PEN.

O relator da CPI será o deputado José Rocha (PR-BA). Também foram eleitos por unanimidade os deputados Miguel Haddad (PSDB-SP) para 1º vice-presidente, Carlos Zaratinni (PT-SP) para 2º vice; e Marcelo Squassoni (PRB-SP) para 3º vice.

Até ontem, o líder do PT, deputado Sibá Machado (AC), afirmava que o partido almejava a relatoria da CPI, que acabou ficando com o PR. Zarattini afirmou que não houve derrota do PT, mas sim acordo interno no bloco formado no início da legislatura por PT, Pros, PSD e PR. “O PR é partido aliado, que tem tido posições em Plenário muito próximas das do PT. Não existe derrota nisso. Eles fizeram pedido para relatar a CPI e nós atendemos. O nosso representante na relatoria será o deputado José Rocha.”

O relator informou que vai apresentar requerimento ainda hoje para convocar o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para depor na comissão. O requerimento deverá ser votado no primeiro dia de trabalho da CPI, na próxima terça-feira (11), às 14h30. Na terça, Rocha também deverá apresentar roteiro de trabalho.

Imparcialidade

Questionado pela imprensa, José Rocha disse que não permitirá o uso político da CPI ou a interferência de outras pessoas nos trabalhos — nem mesmo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. “O trabalho da comissão refletirá todas as investigações e todas as contribuições”, afirmou ainda.

O presidente Marcos Rotta também destacou que vai trabalhar para que não haja mistura de disputas político-partidárias com o trabalho da CPI. “Vamos trabalhar de forma isenta e imparcial. Não vamos perseguir ou proteger quem quer que seja”, apontou. Ele disse que a CPI não será da oposição ou da situação, mas será focada em prestar contas à sociedade.

Abrangência

Criada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no dia 17 de julho, a CPI é composta por 27 titulares e 27 suplentes. O pedido de criação da CPI foi feito pelo deputado Rubens Bueno (PPS-PR). A comissão vai investigar empréstimos considerados suspeitos pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, concedidos tanto a empresas de fachada como a empreiteiras investigadas. O BNDES concedeu, entre 2003 e 2014, financiamentos de R$ 2,4 bilhões para as nove empreiteiras citadas na operação.

O requerimento também pede a apuração de empréstimos classificados como secretos, concedidos a países como Angola e Cuba.

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