Cenário

Para Padilha, Haddad tem acertado em decisões e chegará forte em 2016

Secretário de Relações Governamentais do prefeito de SP diz que conjunturas mudam rápido: 'Muitos apostaram que manifestações de ontem teriam o dobro de pessoas do mês passado, e aconteceu o contrário'

Paulo Pinto/Fotos Públicas

“O terceiro ano de mandato (2015) é o ano em que as coisas acontecem”, diz secretário de Haddad

São Paulo – O secretário de Relações Governamentais da prefeitura de São Paulo, Alexandre Padilha, disse hoje (13), em entrevista à Rádio Brasil Atual, que as manifestações deste domingo contra o governo e a presidenta Dilma Rousseff mostraram que conjuntura política muda rapidamente e a disputa de 2016, na sua opinião, pode surpreender quem aposta na derrota do prefeito Fernando Haddad na disputa pela reeleição. “Muita gente apostava que as manifestações de ontem teriam o dobro de pessoas de um mês atrás, e aconteceu o contrário. A conjuntura muda. Qualquer pessoa que quiser fazer projeções sobre o que vai acontecer em 2016 provavelmente vai fazer apostas erradas.”

Ex-ministro da Secretaria de Relações Institucionais (2009-2011) e da Saúde (2011-2014), Padilha atribui o otimismo a dois fatores. Em primeiro lugar, porque Haddad “está dando passos concretos para ter uma coalizão ampla e uma base de partidos” sólida para sustentar o governo.

O secretário não adiantou possíveis novos acordos, mas disse que a nomeação do peemedebista Gabriel Chalita em janeiro deste ano, para a secretaria de Educação, faz parte desse movimento. No caso de Chalita, a intenção foi menos ampliar e mais evitar eventuais reflexos das dificuldades com o partido do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no plano federal.

Padilha também sustenta sua crença em uma reversão do quadro em São Paulo, foco das maiores manifestações contra Dilma no país, no fato de que “o terceiro ano de mandato é o ano em que as coisas acontecem”. Para o secretário, o primeiro ano (em que o prefeito trabalha com orçamento definido na gestão anterior) e no segundo (com eleições nacionais), as dificuldades para concretizar prioridades e obter recursos afetam a gestão.

Em 2015, diz o secretário, Haddad deve garantir os recursos do PAC para dois grupos de obras: corredores de transporte (com 11 novos corredores) e obras para prevenção de enchentes, com canalização dos córregos da Paciência (zona Norte) e Aricanduva (Leste), onde haverá um parque linear. Padilha também aposta que a renegociação da dívida dos municípios, aprovada no Congresso, engordará os cofres da prefeitura.

Para ele, apesar das dificuldades e de Haddad enfrentar oposição cerrada dos setores conservadores da capital, “o prefeito deixou claro que toma as iniciativas que pautam a cidade”. Segundo ele, ter adotado o transporte público como prioridade e ter instituído “a proteção ao ciclista” são exemplos de iniciativas que marcam a gestão, além do diálogo com organizações de jovens na periferia. “O prefeito vai chegar a 2016 muito forte, na relação política e nas ações de governo.”

Sobre a entrada da ex-prefeita Marta Suplicy no cenário das próximas eleições municipais, possivelmente pelo PSB, Padilha é diplomático. “Tenho respeito pela história da ex-prefeita. Mas tenho certeza de uma coisa: quando começa a eleição, fica mais claro em que partido as pessoas estão, quais são os apoios. O prefeito vai chegar em 2016 com os aliados históricos, que sempre estiveram do nosso lado em São Paulo e que estarão com Haddad.”

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