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PT defende mobilizações e diálogo do governo com sociedade pela democracia

Dilma deve retomar conferências nacionais e encontrar movimentos sociais para ouvir críticas e sugestões. Rui Falcão alerta para a urgência do fim do financiamento empresarial de campanhas

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Ex-presidente Lula participou de reunião em São Paulo na tarde e noite de ontem, mas não falou com a imprensa

São Paulo – O presidente Nacional do PT, Rui Falcão, disse em entrevista coletiva na noite de ontem (30) que esta terça-feira será um “dia de muita mobilização no país inteiro”, referindo-se, entre outras manifestações, à que ocorre hoje (a partir das 17h) na chamada quadra do Sindicato dos Bancários, na região central de São Paulo, em defesa da democracia ante a ofensiva de forças conservadoras e de retomada do diálogo da sociedade civil com o governo. O ex-presidente Lula deve participar do evento.

A centrais sindicais CUT e CTB, o MST e a UNE, entre inúmeras entidades e representantes da sociedade civil realizam em todas as capitais do país uma Plenária Nacional em Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora. Na pauta dos encontros, o combate à corrupção – e a reforma política com o fim do financiamento de campanhas por empresas; a mobilização dos trabalhadores contra o PL 4330 (que flexibiliza as regras para a terceirização de mão de obra e afronta direitos trabalhistas), e em Defesa da Petrobras. Nos dias 7 de abril e no 1º de Maio estão previstas novas manifestações, desta vez nas ruas.

Nesse cenário, afirmou Falcão, há um debate com o governo sobre “a necessidade de sinalizar a mobilização para nossa base eleitoral e social, como, por exemplo, na retomada das conferências nacionais, de saúde, educação, comunicação, como foram realizadas durante os governos Lula e que ajudaram a produzir políticas públicas envolvendo trabalhadores e movimentos sociais.”

Falcão concedeu a coletiva após reunião, em São Paulo, entre os presidentes dos 27 diretórios regionais do PT, que divulgaram um manifesto em que defendem a volta do partido às origens e às bases, o enfrentamento da “ofensiva de cerco e aniquilamento por parte dos setores conservadores que querem acabar não apenas com os governos do PT, mas com qualquer governo social”. Lula participou da reunião e da elaboração do manifesto, mas não falou com a imprensa.

Segundo o dirigente, outra proposta que está sendo colocada à presidenta Dilma Rousseff é um encontro com o conjunto dos movimentos sociais no Palácio do Planalto, para que façam sugestões e críticas. Dilma teria sinalizado positivamente para as duas propostas.

Falcão comentou que as mobilizações devem ter como objetivo construir uma governabilidade na sociedade “para além da governabilidade do Congresso”. De acordo com ele, uma das bandeiras mais importantes das manifestações de setores progressistas é a exigência de que o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes devolva ao Plenário do tribunal a ação da OAB contra o financiamento empresarial de campanhas políticas. No próximo dia 2 de abril completa um ano que Mendes pediu vista no processo quando o placar do julgamento estava em 6 votos a 1 a favor do pedido da OAB.

“A sociedade se manifestou no dia 13 contra a manutenção do financiamento empresarial. Entretanto, o movimento que aparece majoritário no Congresso é constitucionalizar o financiamento empresarial. Se não houver uma mobilização na sociedade pelo menos em torno dessa bandeira, vamos ter na Constituição a manutenção desse esquema que é um dos focos de corrupção no país”, disse Falcão. Segundo ele, “não é por acaso que Gilmar Mendes vai completar um ano segurando a sua manifestação sobre a ação da OAB: ao se constitucionalizar o financiamento privado (no Legislativo), ação (no Supremo) se tornará sem objeto.”

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