São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff criticou indiretamente hoje (11), em Salvador, a manipulação da Copa do Mundo por interesses políticos que, porém, não nomeou. “O futebol não é de ninguém. O futebol é de todo o Brasil, compõe a nossa alma”, disse. A presidenta deu apenas uma indicação a que se referia ao criticar veladamente os “pessimistas”, como no discurso em cadeia de rádio e televisão feito ontem. “Nós estamos entregando todos os estádios, estamos entregando todos os aeroportos, a nossa rede de comunicações é das mais modernas do mundo, temos redes de fibra óptica, equipamentos de última geração em todas as cidades sedes”, afirmou.

Dilma também voltou a dizer que respeita a democracia e as manifestações pacíficas, mas que o governo não vai tolerar abusos. Ela pediu respeito aos turistas que vierem ao país assistir à Copa do Mundo. “Nós somos um país democrático. Respeitamos direitos das pessoas de se manifestar. No entanto, não teremos a menor contemplação com quem achar que pode praticar ato de vandalismo ou atingir o direito da maioria, que é o direito de assistir e desfrutar e usufruir da sua Copa do Mundo”, prometeu a presidenta.

A chefe do Executivo ironizou as críticas feitas por setores da classe média e da imprensa ao que chamaram de “caos aéreo” e a supostos problemas de infraestrutura aeroportuária do país. “Vocês podem lembrar, todo mundo entrava no aeroporto e, há 12 anos atrás, 13 anos atrás, entrava como? Tudo de terno, gravata, tudo bem vestido. Hoje o nosso povo entra como achar que tem de entrar.” Ela mencionou as afirmações de que aeroporto “virou uma rodoviária”. “No sentido da quantidade de gente e do fato do povo acessar o aeroporto, virou rodoviária, sim. Agora, a qualidade dos aeroportos é melhor que todas as rodoviárias. Agora, as rodoviárias também devem ser melhoradas. Não tem esse preconceito contra rodoviária”, disse.

Ela criticou também contra setores da imprensa que duvidava do término das obras de estádios e aeroportos para a Copa do Mundo. “Estão todos entregues. Além disto, diziam: vai ter racionamento no Brasil. Não vai ter racionamento nem agora, nem depois, porque, sabe por quê? É simples, nos últimos 12, 13 anos, desde 2003 nós fizemos 21 mil megawatts de energia e 19 mil quilômetros de linhas de transmissão.”

Dilma deu as declarações na inauguração do Sistema Metroviário de Salvador, ao  lado do governador Jaques Wagner (PT), cujas obras foram iniciadas há quase 15 anos. Nesta quarta-feira entrou em operação um trecho da Linha 1, com 7,3 quilômetros, entre Lapa e Retiro. Após 13 anos de problemas, as obras, que eram de responsabilidade do governo municipal, foram transferidas ao governo estadual, com acordo celebrado entre Wagner e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), no ano passado.