Petrobras

Na Câmara, PT indica nomes para CPMI da Petrobras, que tem até dia 27 para funcionar

Faltam agora indicações do Pros para que trabalho feito por deputados e senadores comece. Líder petista diz que escalou seus melhores quadros para colegiado e nega que trabalhe para retardar apuração

Geraldo Magela/Senado

No Senado, Cerveró (e) rejeitou tentativa de atribuir a Dilma responsabilidade por refinaria nos EUA

Brasília – As movimentações sobre a Petrobras no Congresso tiveram um dia agitado nesta quinta-feira (22). De um lado, no Senado, o ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró, participou de audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Casa, que teve número pequeno de senadores. Do outro, o PT, que vinha sendo cobrado pela oposição por não ter indicado nomes para compor a CPI mista, divulgou no início da tarde, na Câmara, a lista dos deputados que vão integrar a nova comissão.

De acordo com o líder do partido na Câmara, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), farão parte do grupo os deputados Marco Maia (RS) e Sibá Machado (AC). Ficam como suplentes Afonso Florence (BA) e Iriny Lopes (ES). Está sendo questionado, agora, pelos partidos oposicionistas, apenas a indicação por parte do Pros – que já divulgou o titular no colegiado, o deputado Márcio Junqueira (RR), faltando apenas a suplência.

A próxima terça-feira (27) é o prazo máximo para que todas as legendas apresentem as indicações dos parlamentares para a CPMI. Após isso, o próprio presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), deverá designar os parlamentares, conforme estabelece o regimento comum do Congresso.

Ao apresentar os nomes, Vicentinho descartou as acusações feitas pelos partidos de oposição de que o PT estaria tentando atrapalhar a criação da CPMI. “Está todo mundo querendo participar”, colocou, ao se referir aos deputados. Ele apresentou os indicados fazendo comparações com um time de futebol: “Nosso melhor goleiro (numa menção a Marco Maia), a melhor defesa (citando Iriny Lopes), o meio de campo (Afonso Florence) e o ataque (ao mencionar Sibá Machado)”, destacou.

Segundo o líder, a presidência da CPMI deverá ficar com o PMDB do Senado e, muito provavelmente, será entregue ao senador Vital do Rego (PMDB-PB) – que já preside a CPI da Petrobras no Senado. A princípio, as duas comissões vão funcionar em paralelo, mesmo apurando o mesmo tema – a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela Petrobras – embora esse formato de duas CPIs para investigação de um único tema venha sido criticado entre parlamentares da base aliada.

Composição

A indicação dos nomes pelo PT para a CPMI terminou consistindo numa espécie de resposta a um painel que foi instalado pelos partidos de oposição, no Congresso, pedindo as indicações do PT e do Pros. Já integram a CPMI da Petrobras, até agora, os seguintes parlamentares da Câmara: pelo PMDB, Eduardo Cunha (RJ) e Lúcio Vieira Lima (BA); pelo PSDB, Carlos Sampaio (SP); pelo PP, Aguinaldo Ribeiro (PB); pelo PR, Bernardo Santana de Vasconcellos (MG), pelo DEM, Rodrigo Maia (RJ) e pelo Solidariedade, Fernando Francischini (PR).

Outros indicados são: pelo PTB, Arnaldo Faria de Sá (SP), pelo PPS, Rubens Bueno (PR), pelo PDT, Enio Bacci (RS) e pelo PSD Eduardo Sciarra (PR) e Guilherme Campos (SP).

Os senadores já designados para integrar a composição da CPMI são Alvaro Dias (PSDB-SP), Mário Couto (PSDB-PA), Jayme Campos (DEM-MT), Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), Gim (PTB-DF) e Ataídes Oliveira (Pros-TO).

Cerveró

Enquanto na Câmara a discussão sobre a Petrobras tratou da indicação ou falta de indicação dos nomes para compor a CPI mista, no Senado, a CPI ouviu o ex-diretor da área de negócios internacionais da companhia, Nestor Cerveró, durante a manhã. Cerveró afirmou que a presidenta Dilma Rousseff não foi a responsável pela compra da refinaria de Pasadena.

De acordo com ele, apesar de a presidenta ocupar, na época, o Ministério da Casa Civil e presidir o Conselho de Administração da Petrobras, as decisões são todas tomadas por parte de um colegiado e, em geral, aprovadas por unanimidade. “Todos nós somos responsáveis pela compra que, aliás, foi uma decisão acertada. Foi um acerto coletivo. Não quero me isentar de culpa. Pelo contrário, sou co-participante dessa decisão”, acentuou.

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