Moradia

Construtora Viver sinaliza interesse na venda de terreno da ocupação Copa do Povo

Articulação entre crédito do 'Minha Casa, Minha Vida', mudanças no zoneamento urbano e acordo com construtora podem oferecer solução para mais de 5 mil famílias

danilo ramos/rba

Proprietário paga por área industrial R$ 57 mensais de Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR)

São Paulo A Viver Incorporadora S.A sinalizou interesse em vender a área de 150 mil metros quadrados onde está instalada a ocupação Copa do Povo, no Parque do Carmo, na zona leste de São Paulo, segundo afirmaram promotores do Ministério Público logo após audiência de reconciliaçao na manhã de hoje (23), no Fórum de Itaquera.

Uma nova audiência foi marcada para 16 de junho. Até lá, a Caixa Econômica Federal, financiadora do programa “Minha Casa, Minha Vida”, irá avaliar a possibilidade de construir um conjunto habitacional no local. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), por sua vez, se comprometeu a não permitir a ampliação da ocupação nem a construção de casas de alvenaria.

Estiveram presentes à reunião representantes da Caixa, do Ministério das Cidades, da prefeitura de São Paulo, do governo do estado de São Paulo e seis advogados da Viver, que não falaram com os jornalistas ao fim da audiência.

A área está oficialmente demarcada como industrial, mas o proprietário recolhe apenas R$ 57 mensais para a União pelo Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR). “Uma malandragem”, afirmou o coordenador do MTST e liderança da ocupação, Guilherme Boulos.

Para que o financiamento seja viável é preciso conduzir os estudos de impacto ambiental que as obras poderiam causar a nascentes e garantir, na lei, a mudança do zoneamento do terreno, transformando-o em área residencial e de interesse social.

Tal mudança deve ser pleiteada pelo MTST  na próxima semana, durante a votação do Plano Diretor Estratégico na Câmara Municipal.

Cerca de 5 mil famílias estão ocupando desde o início de maio o terreno próximo à Arena Corinthians, que sediará a abertura da Copa do Mundo. O objetivo do movimento é conquistar garantias imediatas de moradia às famílias. A ocupação tem sido central para as ações do MTST. Sediou ato político de 4 mil pessoas no último dia 15 de maio, data escolhida por diversos movimentos sociais para protestar contra os gastos públicos com a Copa do Mundo e, em defesa dos interesses dos moradores, invadiu a sede da construtora por algumas horas na manhã de terça-feira (20).

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