Contagem regressiva

‘Botaremos segurança pesada na Copa’, promete Dilma no Palácio do Planalto

Presidenta lembrou que faltam 57 dias para início do maior evento do futebol mundial e exortou população a ajudar na recepção aos estrangeiros que vierem ao país

Roberto Stuckert Filho/PR

“A Copa implica também num aperfeiçoamento imenso da nossa segurança’, afirmou a presidenta

São Paulo – Em discurso na 42ª Reunião Ordinária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff lembrou hoje (16) que faltam 57 dias para o início da Copa do Mundo e disse que o governo trabalha para garantir que a competição não seja “contaminada” pela violência. O torneio começa em 12 de junho, com a partida entre Brasil e Croácia no estádio do Corinthians, em Itaquera, zona leste de São Paulo.

“A Copa implica também num aperfeiçoamento imenso da nossa segurança. Nós botaremos segurança pesada na Copa. As nossas Forças Armadas participarão, em caráter dissuasório, mas participarão em toda retaguarda, e também na contenção”, afirmou. “Nós usaremos a nossa Polícia Federal, nós usaremos a nossa Polícia Rodoviária Federal, e temos parceria com todos os governadores, com todos os governadores temos feito reuniões sistemáticas e acompanhamos todos os eventos, sem exceção.”

A presidenta garantiu ainda que “não há a menor hipótese do governo federal pactuar com qualquer tipo de violência”, e acrescentou: “Nós não deixaremos em hipótese alguma a Copa ser contaminada [pela violência]”.

No discurso aos membros do conselho, Dilma exortou a população a ajudar na recepção aos estrangeiros que chegarem ao país para assistir ou participar da Copa. “Cada um de nós é um recepcionista, porque nós vamos encontrar muita gente que busca informação e que quer saber”, disse. “Muitos Chefes de Estado e de governo vão vir para a Copa.”

Ela citou nominalmente a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, reconhecida como amante do futebol, mencionando que ela estará no Brasil para assistir a Alemanha e Portugal em Salvador, dia 16 de junho. Mencionou também que membros dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, “escolheram” fazer uma reunião em Fortaleza um dia depois da final da Copa. “Outros todos vêm aqui e vão vir não só as pessoas, mas os chefes de Estado e de governo, vão vir lideranças, atores, atrizes.”

Dilma falou também que os investimentos em aeroportos e infraestrutura são “para além” do evento esportivo. “Os aeroportos não são para a Copa só. A mobilidade urbana não é só para a Copa. O que é para a Copa? Para a Copa foram os estádios”, afirmou. “Nós usamos o dinheiro da outorga dos grandes aeroportos do país para fazer 270 aeroportos neste país. Vamos ter de ter um sistema de transmissão de imagem, de voz, funcionamento de celular de primeira linha, tudo isso vai ficar para quem? Vai ficar para cada um de nós.”

Reforma política

A presidenta lembrou os cinco pactos que propôs em junho de 2013, no contexto das manifestações do período, e reafirmou sua defesa de uma reforma política. Mas ressaltou que não cabe apenas ao governo a luta pela mudança. “Uma transformação dessa natureza implica em alteração de culturas, de práticas, e alterações de instituições, mecanismos, processos políticos. Para ela se impor, ela requer a mobilização da sociedade inteira.”

Ela reconheceu que o governo fracassou na tentativa de fazer a reforma como inicialmente propôs, por plebiscito. “Nós tivemos um efetivo insucesso. Mais recentemente, falando numa discussão com várias entidades da juventude, eu disse que, assim como no caso das Diretas o sucesso não foi imediato”, comparou, lembrando o movimento das Diretas Já, em 1984. Para ela, a “movimentação” do governo e da sociedade aproxima o país “dessa necessária transformação que é a reforma política”.

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