máfia dos fiscais

Secretário ligado a José Serra será convocado a depor no escândalo de corrupção em SP

Mauro Ricardo Costa era chefe dos fiscais presos e tem longo histórico de ocupação de cargos públicos pelas mãos do ex-prefeito tucano, desde os tempos do governo FHC

©rafal hupsel/folhapress

Mauro Ricardo, ao fundo, acompanha José Serra em cargos públicos desde 1995

São Paulo – O ex-secretário de Finanças da prefeitura de São Paulo Mauro Ricardo Costa, ligado a José Serra (PSDB), será chamado a depor no escândalo de corrupção envolvendo auditores fiscais do município e que pode ter desviado até R$ 500 milhões dos cofres públicos, informou ontem (12) o prefeito Fernando Haddad (PT). Os auditores presos até agora era subordinados ao ex-secretário.

Mauro Ricardo tem um longo histórico de ocupação de importantes cargos públicos, quase sempre pelas mãos de Serra.

No governo FHC,foi sub secretário de Planejamento e Orçamento, quando Serra ocupou o ministério do mesmo nome, em 1995. Posteriormente, quando tucano assumiu a pasta da Saúde, em 1999, Mauro Ricardo virou presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Deixou o governo federal após a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva, no final de 2002, e foi trabalhar com outro tucano, o então governador mineiro Aécio Neves. Lá, ocupou o cargo de presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

Mauro Ricardo voltaria a trabalhar com Serra em 2005, já na prefeitura de São Paulo, como secretário de Finanças. Em 2006, o tucano abandonou o cargo de prefeito para disputar o governo do Estado. Serra venceu aquela eleição, e Mauro Ricardo foi ocupar o posto de secretário estadual da Fazenda, onde ficou de 2007 a 2010.

Em 2011, reassumiu o posto de secretário municipal de Finanças em São Paulo, agora na gestão Gilberto Kassab (PSD), que era vice de Serra e elegeu-se prefeito em 2008. No final do ano passado, recebeu e arquivou denúncia contra um dos fiscais presos agora na administração Haddad. Hoje Mauro Ricardo é secretário da Fazenda em Salvador, na administração ACM Neto (DEM).

Segundo nota da prefeitura de São Paulo, Mauro Ricardo será chamado na Controladoria Geral do Município para  “prestar esclarecimentos sobre seu grau de conhecimento da atuação do grupo” e explicar a relação que mantinha com funcionários de seu gabinete envolvidos no esquema. A Controladoria ainda não divulgou a data do depoimento.

O jornal O Estado de S. Paulo denunciou que Ricardo havia recomendado o arquivamento da denúncia anônima contra os acusados, em dezembro do ano passado. Outros três investigados no esquema de fraude possuíam cargos de confiança na Secretaria de Finanças: Eduardo Horle Barcellos, diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança; Ronilson Bezerra Rodrigues, subsecretário da Receita; e Paula Sayuri Nagamati, feche de gabinete.

O ex-perfeito Gilberto Kassab (PSD) não comentou a investigação. Ele e Serra já saíram em defesa do suspeito, afirmando que ele é uma “vítima” e um “homem público íntegro”.

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