São Paulo – Estava tudo pronto, mas ficou para depois: o PMDB cancelou com poucos minutos de antecedência o anúncio oficial do apoio ao PT na disputa do segundo turno em São Paulo. A notícia foi dada de maneira lacônica por um assessor de comunicação do partido aos jornalistas que esperavam uma entrevista coletiva por parte do vice-presidente da República, Michel Temer, e do candidato peemedebista no primeiro turno na capital, Gabriel Chalita.

De última hora, segundo informações de bastidores, os caciques do partido, aliado do PT no plano federal, decidiram impor mais duas condições. A primeira é de que os petistas adotem postura neutra no segundo turno em Natal, disputado pelo ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT) e por Hermano Moraes (PMDB). Além disso, os líderes querem “jogo leve” do PT em Mauá, onde a segunda rodada é disputada entre Donisete Braga (PT) e Vanessa Damo (PMDB). Isso significa, em linhas gerais, que o PMDB deseja limitar a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cidade da região metropolitana paulista, além de barrar a passagem de Dilma Rousseff pela cidade. 

Na véspera, a notícia era de que faltavam poucos detalhes para que se chegasse a um acordo na capital paulista. Aliados no plano nacional, PT e PMDB dependiam apenas da incorporação de duas propostas de Chalita ao programa de governo de Haddad. Dono de 13,6% dos votos válidos no último domingo (7), o deputado federal gostaria que o petista encampasse a ideia de construir 39 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o monitoramento eletrônico das ruas da cidade.