Haddad diz que manterá estratégia de campanha no segundo turno

Para petista, vitória mostrou que a população quer mudança em São Paulo

Haddad evitou críticas ao jeito de fazer campanha de Serra e afirmou que a cidade quer mudança (Foto: Paulo Pinto. Divulgação)

São Paulo – O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, afirmou em entrevista coletiva na noite deste domingo (7), após confirmar presença no segundo turno contra José Serra (PSDB), que a política de alianças para o segundo turno vai ser definida a partir de segunda-feira, em reuniões com a coordenação da campanha. “Nossa vitrine e nosso cartão de visitas é o nosso plano de governo.” Para o ex-ministro da Educação, sua ida ao segundo turno reflete o desejo de mudança da população de São Paulo.

Sobre o eventual apoio do derrotado Celso Russomanno (PRB), ele disse que a intenção da campanha é manter a estratégia adotada desde o início. “Deixamos clara nossa política de alianças. Vamos procurar o apoio dos partidos que integram a base parlamentar do governo da presidenta Dilma Rousseff.” O PRB é da coalizão de Dilma no Congresso Nacional. 

Sobre a possível dificuldade de negociar com o candidato derrotado do PRB devido ao final agressivo de ambas as campanhas, Haddad declarou que não apelou durante o processo. “Não ataquei pessoas, mas discuti ideias e plano de governo de maneira crítica”.

Um repórter quis saber o que o candidato tinha a dizer sobre a declaração de Paulo Maluf (PP). O deputado federal afirmou que, se fosse convidado, apareceria no programna petista na TV para apoiá-lo. “Queremos priorizar a ampliação de nossa base de apoio. Vamos fortalecer nossa base de apoio. Temos de definir o apoio do PDT e do PMDB também”, disse.

Questionado sobre a dificuldade de obter o apoio majoritário de amplos setores paulistanos como os católicos e o empresariado ligado à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por exemplo, que tenderiam a apoiar sua campanha contra Russomanno, mas não necessariamente contra Serra, Haddad disse apenas preferir “pensar mais politicamente”.

O candidato não polemizou ao responder sobre o que espera da campanha de Serra, conhecido por usar estratégias e táticas muitas vezes de nível duvidoso. O petista disse que o tucano “tem a sua maneira de fazer política”. Afirmou que não concorda com o estilo de Serra e quer “discutir a cidade de São Paulo, as ideias para mudar São Paulo”.

Mensalão

Ao ser perguntado sobre que influência espera do julgamento do “mensalão” no segundo turno, Haddad provocou risos entre os jornalistras ao dizer, com semblante impaciente e visivelmente cansado: “Vocês me fizeram essa pergunta todos os dias durante 45 dias. Quem aguentou 45 dias, aguenta mais 21”.

Haddad disse que a campanha vai aguardar as primeiras pesquisas do segundo turno para se pronunciar sobre o que espera dos números do embate com Serra. “Mas não pretendemos dar nenhuma guinada na campanha. Fizemos uma campanha limpa e bonita.” Para ele, o sucesso se mostra nos números das urnas. “Saímos de 3% e chegamos a quase 30%. Isso mostra que a cidade quer mudança e apoiou nosso plano de governo”, afirmou.

Na véspera, a pesquisa do Ibope indicava que ele, Russomanno e Serra estavam empatados, com 26% dos votos válidos. A contagem final mostrou o tucano com 30,75%, o petista com 28,98% e o candidato do PRB com 21,6%.

Fernando Haddad provocou aplausos de parte da plateia ao responder a uma pergunta sobre seu partido. “O PT é forte. Deveríamos agradecer a existência de partidos fortes como o nosso, porque isso fortalece a democracia. O que o eleitor mostrou nesta eleição é que a instituição chamada Partido dos Trabalhadores tem importância crucial para o país”, afirmou Haddad.

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