Sucesso de novas UPPs depende de contratação de mais policiais, diz especialista

Policial da UPP na comunidade do Andaraí, no Rio de Janeiro (Foto: Salvador Scofano) São Paulo – O principal desafio na implantação de um modelo semelhante às Unidades de Polícia […]

Policial da UPP na comunidade do Andaraí, no Rio de Janeiro (Foto: Salvador Scofano)

São Paulo – O principal desafio na implantação de um modelo semelhante às Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro em outras cidades brasileiras é o aumento do contingente de policiais e seu treinamento específico em policiamento comunitário. Essa é avaliação do ex-secretário de Segurança Pública de Minas Gerais, Luiz Flávio Sapori, sobre a proposta anunciada pelo governo federal de destinar R$ 1,6 bilhões para a construção de quase 3 mil UPPs em todo o país.

“Tem que abrir concursos para policiais, aumentar consideravelmente os quadros para uma presença ostensiva e não aleatória nas comunidades”, ressalta Sapori. Na última quinta-feira (18), o secretário executivo do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), Ronaldo Teixeira, anunciou o investimento de R$ 1,6 bilhão para a construção de 2.883 unidades de Postos Policiais Comunitários nos próximos quatro anos. Cada posto seria equipado com duas motocicletas e uma central de inteligência e videomonitoramento.

Sapori considera que a ideia das UPPs e principalmente o policiamento ostensivo diário nas comunidades e aglomeramentos urbanos podem ser expandidos para outras capitais brasileiras que enfrentam problemas similares aos do Rio de Janeiro. No entanto, o aumento do efetivo policial é essencial para que a política não deixe de lado a característica mais importante do modelo aplicado pelo governo do Rio de Janeiro: a retomada do território pelo Estado em regiões anteriormente dominadas por criminosos.

O especialista aponta que o modelo de policiamento comunitário já existe há mais de dez anos em boa parte das capitais brasileiras. Mas para a real retomada desses territórios a polícia tem de ter um grande contingente para monitorar 24 horas diariamente as comunidades. “É uma decisão política e policial de aumentar o contingente das policias e começar a alocar de maneira mais prioritária os policiais nesses aglomerados urbanos”, explica.

Para o ex-secretário de segurança de Minas Gerais a corrupção policial é um risco controlado que pode ser antecipado.”Você pode fazer rodízio de policiais e, à medida que for identificando sinais de corrupção retirar imediatamente esses policiais. Tem que mostrar uma ação forte e firme, dando uma mensagem clara que não vai tolerar esse tipo de desvio de conduta”, aponta.

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