PSOL fará consultas sobre união com Marina; Sirkis acha inviável

“Marina é uma hipótese que vai ser testada”, disse secretário-geral do PSOL (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil) São Paulo – O PSOL está mais perto de apoiar a candidatura à Presidência […]

“Marina é uma hipótese que vai ser testada”, disse secretário-geral do PSOL (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

São Paulo – O PSOL está mais perto de apoiar a candidatura à Presidência da senadora Marina Silva (PV-AC). O partido decidiu na quinta-feira (12) promover consultas em busca desta adesão.

“Marina é uma hipótese que vai ser testada”, disse à Reuters Afrânio Boppré, secretário-geral do PSOL, após reunião da Executiva em Brasília que definiu a estratégia da legenda para as eleições presidenciais de 2010.

As consultas serão feitas à própria Marina, a setores da sociedade civil, movimentos sociais e aos partidos PSTU e PCB. As duas siglas apoiaram em 2006 a candidatura derrotada da ex-senadora Heloisa Helena, hoje vereadora em Maceió e presidente do PSOL.

As duas siglas têm similaridades no discurso. Ambas pregam que a polarização entre dois projetos (PT e PSDB) não interessa ao país e que é preciso oferecer uma alternativa nas eleições.

Existem, no entanto, princípios a serem afinados. “A questão ambiental é importante, mas não podemos ter uma candidatura monotemática. É preciso incluir a política econômica neste debate”, afirmou Boppré.

Ex-ministra do Meio Ambiente de 2003 a 2008, Marina é identificada com as bandeiras ambientalistas.

Sirkis contra

Entre os verdes, há ceticismo em torno da aliança. O vice-presidente da legenda, Alfredo Sirkis, que já concorreu à Presidência da República pelo partido e hoje é vereador no Rio de Janeiro, não acredita em união com o PSOL.

Para ele, os dois partidos têm visões diferentes em relação a quase tudo, com exceção da ampliação da ética na política. Princípios considerados por ele essenciais como concentração de poder e posição em relação às empresas, colocam as duas legendas em campos opostos.

“Não acho viável. O PSOL tem simpatia pelo chavismo e pelo populismo”, disse Sirkis à Reuters.

O vereador, que presidiu o PV entre 1991 e 1999, coloca o PSOL na extrema-esquerda, enquanto o PV ficaria na centro-esquerda. Mesmo o tempo no horário eleitoral de TV “não agrega nada”, segundo Sirkis. “Uns 4 ou 5 segundos a mais” ao 1 minuto e meio do PV.

Ele admite que os verdes ainda não discutiram as alianças. O presidente nacional do PV, José Luiz Penna, foi procurado, mas não respondeu às ligações.

Se ocorrer, a coligação das duas legendas deve inviabilizar a união das esquerdas, como nas últimas eleições. O PSTU anunciou que não estará junto a Marina, que considera “falsa terceira via”, e que seu pré-candidato é José Maria de Almeida.

Fonte: Reuters

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