RELAÇÕES EUA-CUBA

Visita de Obama a Cuba ‘é um triunfo da América Latina e do Caribe’, diz Evo Morales

Presidente boliviano exigiu dos EUA o fim do bloqueio contra Cuba e a devolução de Guantánamo e reiterou necessidade de união na região pela democracia

Flickr/Erprofe

Evo Morales espera que visita não seja apenas um ‘show’ e que traga resultados efetivos para o povo cubano

Opera Mundi – O presidente da Bolívia, Evo Morales, saudou a visita a Cuba do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e classificou o fato como um “triunfo da América Latina e do Caribe”.

Em entrevista coletiva ontem (21), Evo destacou que espera que a visita não seja parte de um “show”. O presidente boliviano exigiu o fim do bloqueio econômico que os Estados Unidos mantêm contra a ilha há mais de 50 anos e a devolução do território de Guantánamo, ilegalmente ocupado pelos norte-americanos e onde eles mantêm a prisão de mesmo nome.

“Essa visita só será frutífera e efetiva para Cuba quando os Estados Unidos devolverem Guantánamo ao povo cubano e quando o bloqueio econômico terminar”, disse Evo, que defendeu ainda uma aproximação similar entre EUA e Venezuela.

Morales reiterou também a importância de uma reunião da  União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para defender a ordem institucional no Brasil e na Venezuela – países que passam por crises políticas e instabilidade. “É nossa obrigação defender as democracias”, disse.

Para o líder boliviano, há setores internos – impulsionados por fatores externos – por detrás dos ataques contra vários governos na região, com o objetivo de prejudicar a democracia no continente.

Evo celebrou ainda os esforços do governo colombiano para avançar nas negociações de paz com as Farc e encerrar o único conflito bélico ainda em curso na América Latina.

Sobre a eleição nos Estados Unidos, Evo Morales disse que, independente do resultado, os beneficiados serão sempre as transnacionais. “São elas (empresas) que governam para o povo norte-americano”, pontuou o chefe do Executivo da Bolívia, que citou ainda as dívidas dos EUA com os chineses. “(Os Estados Unidos) já não são uma potência, somente têm poder militar”, diz.