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‘The Guardian’ destaca reação a ameaça de ‘insurreição ao estilo Trump’ de Bolsonaro

Ênfase da mídia internacional sobre ameaças de Bolsonaro ao estado de direito aumenta à medida que as eleições brasileiras se aproximam

Antonio Cruz/Agência Brasil
Antonio Cruz/Agência Brasil
Segundo o The New York Times, Segundo o texto, o presidente brasileiro “tem razão para estar” com medo de ser preso

São Paulo – O Brasil de Jair Bolsonaro tem sido destaque constante da imprensa internacional, e a ênfase tem aumentado à medida que as eleições brasileiras se aproximam. Nesta terça-feira (9), o jornal britânico The Guardian publica longa matéria na qual põe em relevo os centenas de milhares de brasileiros que assinam o manifesto pró-democracia “em meio a temores” de que Bolsonaro “promova uma insurreição ao estilo Trump contra a democracia”.

A publicação ouve o ex-ministro da Justiça brasileiro José Carlos Dias sobre a ditadura que “sequestrou” o Brasil em 1964 e se prolongou por mais de 20 anos. O jurista afirma que a violência não era “apenas algo que os torturadores gostavam”, mas “era política do governo”.

The Guardian acrescenta que, exatamente 45 anos depois, na próxima quinta-feira (11), intelectuais, empresários e artistas estarão na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e devem lotar o pátio “para defender outro manifesto inspirado no grito de guerra de 1977, chamado ‘Carta às mulheres e homens brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito’”.

A matéria do jornal de Londres destaca trechos da carta, como o momento “de imenso perigo para a normalidade democrática” do país, e nota que 800 mil pessoas de “todo o espectro político” já assinaram o documento (no final da tarde desta terça, o número de adesões está perto de 824 mil).

(The Guardian/Reprodução)

“Nunca teve vergonha”

O jornal diz que Bolsonaro “nunca teve vergonha de seu desdém pela democracia ou sua admiração por autocratas como o general chileno Augusto Pinochet”, e acrescenta que as  ameaças do chefe de governo e sua “decisão bizarra” de convocar embaixadores estrangeiros “para destruir o sistema de votação eletrônica internacionalmente respeitado do Brasil” convenceram alguns “de que ele está preparando uma ruptura política pré-eleitoral”.

Também nesta terça, o argentino Página12 noticia a informação, divulgada no Brasil pela Folha de S. Paulo, de que a equipe da Polícia Federal (PF) responsável pela segurança do “líder de esquerda” Luiz Inácio Lula da Silva comunicou às superintendências regionais uma lista de “adversidades” relacionadas à proteção do candidato à Presidência.

A PF menciona “opositores radicalizados” e facilidades no acesso a “armas de maior letalidade” como resultado das alterações legais promovidas pelo governo Bolsonaro, diz o Página12.

(NYT/Reprodução)

Bolsonaro tem medo da cadeia

Na segunda-feira, o norte-americano The New York Times afirmou em matéria também extensa que Bolsonaro “tem medo de ir para a cadeia” se perder a eleição. Segundo o texto, isso “explica suas tentativas enérgicas de desacreditar a eleição antes que ela aconteça”. O diário de Nova York também aponta que a reunião de dezenas de diplomatas estrangeiros para “fulminar o sistema de votação eletrônica do país” é um sintoma do medo de Bolsonaro.

Citando uma série de acusações de supostos crimes, o jornal classifica o episódio com os embaixadores de “diatribe enlouquecida de 47 minutos”, e acrescenta que “Bolsonaro tem motivos de sobra para temer a prisão”. “Na verdade, está ficando difícil acompanhar todas as acusações contra o presidente e seu governo”, diz o periódico.

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