Guerra

Rússia vai entregar armas capturadas na Ucrânia às repúblicas de Donetsk e Luhansk

No front diplomático, a Turquia vem se manifestando contra as sanções impostas pelos EUA e União Europeia à Rússia, o que está incomodando a Otan

Reprodução/Youtube/Al Jazeera
Reprodução/Youtube/Al Jazeera
Guerra na Ucrânia e invasão ordenada por Moscou chegou ao 16° dia nesta sexta-feira

São Paulo – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (11) que está de acordo com a ideia do ministro da Defesa, Sergei Shoigu, de entregar aos militares das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, apoiadas por Moscou, o equipamento militar ocidental capturado da Ucrânia. “Quanto às entregas de equipamento, especialmente o de produção ocidental que ficou com o Exército da Rússia, eu, claro, apoio a possibilidade da entrega dele às unidades militares das repúblicas populares”, declarou Putin, segundo o Sputnik Brasil.

O presidente afirmou ainda que o Estado Maior russo está estudando o reforço das fronteiras ocidentais do país, devido às ações desenvolvidas pelos países da Otan. “E em resposta ao que eles estão fazendo, devemos considerar isso”, afirmou Putin ao ministro da Defesa, em reunião com os membros permanentes do Conselho de Segurança, relata o site russo.

Putin havia afirmado que a decisão de colocar forças nucleares em “alerta especial” foi tomada após a secretária das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, ter “deixado escapar” que a Otan poderia se envolver no conflito.

Nos últimos dias Moscou vem insistindo que a Ucrânia possui instalações de pesquisa biológica. Os EUA estariam preocupados que essas instalações sejam reveladas concretamente e caiam nas mãos das Forças Armadas russas.

Turcos causam mal-estar na Otan

A Turquia está manifestando resistência às sanções impostas pelos Estados  Unidos e União Europeia (UE) à Rússia. A posição tem incomodado os membros do bloco e os norte-americanos. Ao se referir à situação na Ucrânia, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou ver grandes problemas no Conselho de Segurança (CS) da ONU. Ele, inclusive, vem fazendo críticas às Nações Unidas.

“Em relação à crise na Ucrânia, se tornaram óbvios os problemas estruturais do sistema do Conselho de Segurança e sua distorção”, disse o chefe de Estado durante o Fórum Diplomático em Antália. Ele criticou a maneira como o CS é estruturado. Classificou como “injusto” que apenas cinco membros decidam o destino dos 193 Estados-membros da entidade.

É uma referência aos países considerados “vencedores” da Segunda Guerra Mundial, os únicos detentores do chamado poder de veto: China, Rússia, Estados Unidos, França e Reino Unido. A Turquia tem fronteiras marítimas com Rússia e Ucrânia.

Nesta sexta-feira (11), um representante Turquia – de nome não citado – afirmou que Erdogan não planeja impor sanções à Rússia, “porque queremos que nosso canal de confiança fique aberto”. “E, certamente, não queremos que a nossa economia sofra”, afirmou, segundo o canal de TV A Haber. Embora tenha classificado a invasão russa de inaceitável, a Turquia tem reiterado sua oposição às sanções contra Moscou.

Consequências “desastrosas”

De acordo com o site russo RT, a decisão norte-americana de cortar as exportações de petróleo russo terá consequências “desastrosas” para o mercado global de energia, na avaliação do vice-ministro de Energia e Recursos Naturais da Turquia, Alparslan Bayraktar, na terça-feira (9), durante conferência internacional de energia em Houston, Texas.

“Será muito difícil substituir o petróleo russo no mercado mundial. A Rússia é o maior produtor de petróleo do mundo”, acrescentou ele, lembrando que a economia global tem ainda a difícil tarefa de se recuperar da recessão provocada pela pandemia de Covid-19.

A Otan reage ao posicionamento turco. O secretário-geral, Jens Stoltenberg, disse que que a organização atlântica aguarda a introdução de sanções à Rússia por todos os membros do bloco, inclusive a Turquia. “Sim, esperamos que todos os nossos aliados introduzam sanções. Assim poderemos fazer a Rússia pagar o preço. Também comuniquei ao senhor (Mevlut) Cavusoglu. A Turquia desempenha aqui um papel principal”, declarou Stoltenberg em referência ao ministro das Relações Exteriores turco.


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