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Peru lidera produção mundial de coca, apesar de ter reduzido área de cultivo

Diretora de escritório de combate às drogas afirmou que fato 'não é uma surpresa' para governo

EFE

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São Paulo – O Peru é o maior produtor mundial de coca, apesar de ter reduzido o cultivo para 60.400 hectares no país em 2012 (queda de 3,4% em relação ao ano anterior), informou hoje (24) a presidenta da Comissão de Desenvolvimento e Vida sem Drogas (Devida), Carmen Masías.

Durante a apresentação do relatório Monitoração de Cultivos de Coca 2012, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Delito (UNODC), Masías confirmou que o Peru “é o maior produtor de coca, o que não é uma surpresa” para o governo peruano. “Com os 60.400 hectares registrados no monitoramento no Peru em 2012 “superamos a Colômbia, que tem 48 mil hectares de folha de coca”, afirmou Masías em declarações aos jornalistas.

O representante da UNODC para o Peru e Equador, Flavio Mirella, apresentou o relatório, realizado em conjunto com a Devida, que mostra que a queda de 3,4% é “um ponto de quebra importante” depois de sete anos de crescimento contínuo. Em 2010, a superfície cultivada com folha de coca chegou a 61.200 hectares e em 2011 foi de 62.500 hectares, de acordo com o monitoramento.

Mirella informou que 128.739 toneladas da folha seca (que pode ser usada para elaborar cocaína) estiveram disponíveis em 2012, o que representa uma redução de 1,9% em relação a 2011. Desse total, 119.739 toneladas foram utilizadas pelo narcotráfico e nove mil no consumo tradicional do mascado ou “chacchado”.

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Sobre as novas regiões detectadas, como por exemplo, na região de Loreto, na fronteira com o Brasil, que cresceu 73%, e em Puno, fronteiriça com a Bolívia, que cresceu 14,8% em 2012, Masías diz que é preciso atacar outras frentes.

“É preciso trabalhar em todas as frentes, estamos trabalhamos arduamente com a guarda-costeira, no desenvolvimento em Caballococha (Loreto), e temos operações conjuntas com o Brasil, nas quais foram destruídos 43 laboratórios clandestinos”, disse a titular da Devida.

Outra região de preocupação para o governo peruano é o Vale dos rios Apurímac, Jan e Mantaro (VRAEM), onde “toda a coca cultivada vai para o narcotráfico”, afirmou Masías. Essa é a região com mais coca por hectare do país, pois nessa selva, no sul do Peru, “há cem mil plantas por hectare, em comparação com 30 mil ou 60 mil plantas que podem ter em outras áreas”, disse.

“A vontade política do presidente [Ollanta] Humala é entrar no VRAEM”, mas são necessárias “estratégias diferentes” pela presença terrorista e os assassinatos, disse.

Atualmente, as ações de interdição para erradicar os cultivos de folha de coca se concentram nas regiões de Huánuco e Ucayali, onde foram destruídos 14.234 hectares em 2012, um aumento de 38% em relação a 2011.

Mirella afirmou que a redução de cultivos registrada ano passado pode ser atribuída aos esforços do Estado na erradicação e ao investimento no combate ao narcotráfico, motivos pelos quais estimou que a tendência de baixa pode continuar no próximo ano. O monitoramento também mostrou que o preço do quilo de cocaína no Peru foi de US$ 993 em 2012, enquanto na Colômbia é de US$ 2.473 dólares e na Bolívia, US$ 2.479.