reação internacional

Parlamento Europeu condena ‘veementemente’ atos golpistas no Brasil

Parlamentares europeus manifestaram apoio a Lula e cobram Bolsonaro e seus apoiadores que “aceitem o resultado democrático das eleições” de outubro

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Para parlamentares europeus, Bolsonaro teve 'papel instrumental' em tentativa de golpe

São Paulo – O Parlamento Europeu aprovou, nesta quinta-feira (19), resolução em que condena “veementemente” os atos golpistas no Brasil no último dia 8. O texto, aprovado por ampla maioria – 319 votos a favor, 46 contra e 74 abstenções – responsabiliza o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo extremismo. E também presta “solidariedade com o presidente democraticamente eleito Lula da Silva, seu governo e instituições brasileiras”.

Os deputados europeus lamentaram as tentativas do ex-presidente e bolsonaristas de “desacreditar o sistema de votação e as autoridades eleitorais, apesar de não haver provas de fraude eleitoral”. Nesse sentido, pedem explicitamente que Bolsonaro e seus apoiadores “aceitem o resultado democrático das eleições” de outubro.

Além disso, a resolução expressa “preocupação com atos e omissões de agentes públicos”. Os parlamentares responsabilizam o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e ao comando da Polícia Militar do DF, por se omitirem diante da invasão.

Do mesmo modo, o Parlamento Europeu manifestou apoio aos “esforços em curso para garantir uma investigação rápida, imparcial, séria e eficaz” sobre o ocorrido. E ainda sugerem que o Brasil o Brasil adote uma legislação que regule as plataformas de redes sociais e as empresas de tecnologia, “para combater e prevenir eficazmente a propagação em linha de discursos de ódio e desinformação”.

Onda extremista

Além de ampliar o isolamento internacional de Bolsonaro, a resolução é um recado sobre como os países europeus pretendem lidar com o avanço da extrema direita no mundo. Assim, os parlamentares estabelecem conexão entre o “fascismo transnacional crescente, o racismo, o extremismo” e os eventos ocorridos tanto no Brasil como nos Estados Unidos – invasão do Capitólio em 2021 – e a mais recente tentativa de um golpe na Alemanha, no final do ano passado.

De acordo com o jornalista Jamil Chade, colunista do portal UOL, os parlamentares europeus indicam que tanto o ex-presidente norte-americano Donald Trump como Jair Bolsonaro “tiveram um papel instrumental” nos ataques em seus respectivos países.