São Paulo – “O nazismo não morre, infelizmente. É um animal que se reproduz. Esse animal também está incrustado no Brasil. A antropóloga Adriana Dias contabilizou 350 importantes células nazistas em funcionamento no Brasil”, alerta o jornalista ítalo-brasileiro José Luiz Del Roio. Em entrevista ao canal do Tutaméia, dos jornalistas Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, Del Roio ainda acrescenta: “Bolsonaro fala nesta sexta, 3 de fevereiro, na Turning Point USA (Tpusa), “que é um covo de nazistas, o centro radical do nazismo”. A entrevista vai na TVT (canal digital aberto 44.1, Grande São Paulo) às 22h45 desta sexta-feira (3).

Nascido em Bragança Paulista, interior de São Paulo, José Luiz Del Roio, 80 anos, é ativista de movimentos sociais desde os 17 anos. Militou no antigo PCB (Partido Comunista do Brasil) e, nos anos 1960, participou a criação da Ação Liberadora Nacional (ALN), liderado por Carlos Marighella. Durante a repressão do regime militar, exilou-se no Peru e no Chile, depois Argélia. Nos anos 1970, retomou contatos com agora renomeado PCB de Luís Carlos Prestes, o chamado Partidão. Nas décadas seguintes, radicou-se na Itália, onde se elegeu senador em 2006.

Nesta entrevista, José Luiz Del Roio fala sobre os 80 anos da Batalha de Stalingrado, completados ontem. Em 2 de fevereiro de 1943, chegava ao fim um dos momentos mais decisivos da Segunda Guerra Mundial, com a máquina de morte nazista de Hitler sendo derrotada pelo Exército Vermelho, da União Soviética, então, com pouco mais de duas décadas de existência.

Virada

Stalingrado – chamada de Volvogrado desde o fim da URSS – contou com apoio de países aliados, como Estados Unidos, Inglaterra e até o Brasil. E também de diversas organizações de resistência de movimentos comunistas e anarquistas de diversos países europeus. E foi o ponto de início da derrocada definitiva de Hitler, dois anos depois.

Nesta entrevista, Del Roio analisa a importância estratégica de Stalingrado, expõe os aspectos mais decisivos do enfrentamento e traça paralelos com a guerra travada hoje na Ucrânia.

Como ele observa, Vladimir Putin citou a a Batalha de Stalingrado na cerimônia esta semana e também citou a contínua ameaça nazista. “Agora, infelizmente, vemos que a ideologia do nazismo, em sua forma e manifestação modernas, mais uma vez ameaça diretamente a segurança de nosso país”, declarou. “É inacreditável, mas é verdade. Estamos mais uma vez sendo ameaçados por tanques alemães.”

A entrevista de José Luiz Del Roio pode ser vista também a seguir.