Desumano

Mortos e feridos por ataques de Israel são 62% mulheres e crianças

São 50 mil grávidas sob ataque de Israel. Falta tudo. “Não sinto o feto se movendo (…) Estou com medo de perder meu filho”

Agência Wafa
Agência Wafa
"A morte de mais de uma centena de jornalistas na Faixa de Gaza, em função dos bombardeios de Israel, expressa de maneira brutal e perversa as tentativas de calar a cobertura jornalística"

São Paulo – A escalada de violência na Faixa de Gaza já deixa por volta de 5 mil mortos. Este número, contudo, é seguramente maior. Porém, trabalhando com os dados oficiais, a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) divulgou um estudo sobre a violência na região. A reação brutal de Israel a um atentado do grupo armado Hamas no dia 7 de outubro tem civis como principais alvos. De acordo com os dados da UNWRA, 62% dos mortos e feridos na Palestina são mulheres e crianças.

Os números da investida israelense contra palestinos revelam a natureza do massacre. A entidade alerta para genocídio, limpeza étnica em andamento, patrocinada pelo estado sionista. Israel sequer esconde as intenções de terminar de anexar todo território Palestino — algo que vem fazendo, de diferentes formas, incluindo ataques sistemáticos ao longo dos anos — desde sua fundação, em 1947.

A comunidade internacional, majoritariamente, condena o excesso de violência de Israel em suas operações. O Brasil, que ocupa temporariamente a presidência do Conselho de Segurança da ONU trabalha pela paz na região. O documento brasileiro pelo fim da escalada na região conta com apoio da comunidade internacional praticamente em sua totalidade; à exceção de Israel e Estados Unidos.

Ataques de Israel

Dos mortos, quase 2 mil são crianças, cerca de 1.900, sem contar com aquelas soterradas por uma das cerca de 7 mil bombas que Israel já lançou. Além disso, Israel já destruiu 24 ambulâncias, quase 20 hospitais e seis centros de Saúde da ONU. Ao todo, são 62 ataques documentados contra aparelhos de saúde.

Já em relação às moradias em Gaza, estima-se que 164.756 foram destruídas ou danificadas, ou 42% de todas as casas palestinas. O número de pessoas em deslocamento é de 1.4 milhão, incluindo “566 mil em abrigos da ONU que enfrentam péssimas condições”, informa a entidade.

As condições são difíceis porque, desde o início dos ataques, Israel não deixa entrar ajuda humanitária ou sequer deixa cidadãos de outras nações, como do Brasil, saírem da região. Falta tudo: água, comida, energia e combustível. A situação é especialmente delicada entre as 50 mil mulheres grávidas que moram na região. Estima-se que 160 partos aconteça por dia em Gaza.

“A insegurança alimentar afeta mulheres e crianças, especialmente as grávidas e lactantes, com risco de desnutrição ou malformação, além de anemia, hemorragia, entre outros. Há grande risco de morte para mães e bebês. A população local adotou uma estratégia de uma refeição por dia e um banho por semana”, afirma a UNRWA.

A entidade traz alguns relatos fortes sobre a situação. “Não sinto o feto se movendo desde que cheguei aqui. Tenho medo de sair e não sei onde conseguir ajuda. Estou com medo de perder meu filho”, afirma à entidade uma refugiada que está no acampamento logístico da ONU em Rafah, sul de Gaza. “Nenhum lugar é seguro. Estar aqui nos dá certo sentimento de segurança, mas não significa necessariamente. Os ataques são frequentes e vêm de todos os lados”, afirma outra palestina.

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