Itália vai às urnas em eleição cercada de incertezas

Últimas pesquisas dão coalizão de centro-esquerda à frente do grupo de partidos liderado por Berlusconi

Polícia detém ativista feminista na seção eleitoral de Berlusconi (Foto: Cazare De Luca/Reuters)

São Paulo – Os italianos começaram na manhã de hoje (24) a ir às urnas nas eleições gerais cujo resultado é considerado imprevisível pela imprensa local. Até amanhã, 47 milhões de pessoas devem votar para escolher 630 deputados, 315 senadores e o novo presidente da República.

O principal mistério diz respeito a qual partido conseguirá formar uma nova coalizão de governo para substituir o primeiro-ministro Mario Monti, responsável pela antecipação do pleito em dois meses devido à sua renúncia, em dezembro.

Como a legislação italiana proíbe a divulgação de pesquisas nos 15 dias que antecedem as eleições, há grande incerteza sobre quem sairá vencedor. Além disso, os indecisos estão estimados em 30% da população.

O líder da coalizão de centro-esquerda, Pier Luigi Bersani, do Partido Democrático, aparecia como favorito nos últimos levantamentos. No entanto, em segundo lugar estava o comediante Beppe Grillo, do movimento Cinco Estrelas, que faz crítica ao sistema político do país. De acordo com as pesquisas, Grillo ultrapassou em intenção de voto a coalizão de direita do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

O atual sistema eleitoral da Itália, porém, permite à coalizão ganhadora para o Senado em cada região atribuir-se 55% das cadeiras. Por isso é especialmente importante, sobretudo, o voto da populosa Lombardia, habitual reduto de votos de Berlusconi, que já votou na manhã de hoje e foi alvo de protestos de feministas.

O principal tema discutido na campanha diz respeito à importância de implementar uma reforma fiscal no país e de não desperdiçar o aumento de confiança dos investidores, conquistado durante a gestão de Monti.