Itália planeja novo pacote que pretende reduzir direitos trabalhistas

Mario Monti afirmou que os leilões de títulos do governo foram positivos, mas a volatilidade no mercado continuará. Ele defende rodada de reformas em janeiro e promete crescimento

São Paulo – O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, disse nesta quinta-feira (29) que seu governo buscará apresentar até o fim de janeiro um amplo pacote de medidas liberalizantes, alterações em benefícios sociais e reformas que pretendem flexibilizar as leis trabalhistas. A iniciativa é justificada pelo chefe de governo do país europeu como uma forma de impulsionar o crescimento econômico do país, que vive uma crise de confiança sobre a capacidade de pagamento de suas dívidas, além de uma forte recessão.

A aprovação, na semana passada, de um pacote de medidas de “austeridade” para “salvar a Itália” foi a primeira tarefa de seu governo, disse Monti a repórteres em uma coletiva de imprensa de encerramento do ano. Seu segundo ato será apresentar alternativas para “fazer a Itália crescer”, o qual terá como objetivo tornar mais competitiva a economia italiana.

Os planos do governo serão apresentados aos ministros de Finanças da União Europeia em 23 de janeiro, disse Monti. Até agora, as reações de governos da zona do euro para confrontar a crise têm sido voltadas a reduzir despesas do setor público, mesmo que isso tenha consequências de agravar a estagnação econômica.

Por isso, sindicatos e movimentos sociais realizaram diversos protestos contra redução de aposentadorias, aumento da idade mínima para ter acesso a benefícios de seguridade social além de congelamento de salários do funcionalismo público. Embora possam auxiliar a conter o crescimento de gastos, as medidas acabam retirando dinheiro de circulação e dificultando ainda mais a recuperação, na visão dos críticos.

Leilão

Na coletiva, o primeiro-ministro italiano ainda comemorou o resultado do segundo leilão de títulos da dívida do governo, que arrecadou  7 bilhões de euros com rendimentos menores que as taxas das vendas do mês anterior. No entanto, o premier alertou que a turbulência dos mercados ainda não chegou ao fim e que o governo precisa fazer mais para convencer os investidores de que a Itália pode administrar as dívidas que fez o país ser o foco da crise da zona do euro.

Monti assumiu o cargo em novembro, substituindo Silvio Berlusconi. Além de ter um histórico de polêmicas e escândalos sexuais e de corrupção, o antecessor não foi capaz de oferecer uma saída concreta para a crise que assola a Itália. De perfil conservador e ortodoxo, “Supermario” Monti, como foi tratado pela imprensa local durante os anos 2000, quando foi conselheiro da União Europeia, tenta recuperar a confiança de investidores do mercado e de outros países da zona do euro.

Com informações da Reuters