América do Sul

Facção reivindica assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à presidência no Equador

Político de 59 anos saía de ato de campanha na capital equatoriana, Quito, quando recebeu vários tiros quase à queima roupa, dos quais três o atingiram

Instagram
Instagram
Villavicencio foi assassinado na quarta-feira (9) com três tiros ao sair de um ato de campanha

São Paulo – Um grupo de encapuzados armados (foto abaixo) assumiu nesta quinta-feira (10) a autoria do atentado que matou o candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio ontem. A facção criminosa é chamada Los Lobos. A Procuradoria Geral do Equador anunciou a prisão de seis suspeitos de envolvimento na morte. O presidente Guillermo Lasso decretou estado de exceção no país e afirmou que as eleições presidenciais estão mantidas para o dia 20 de agosto, apesar do crime.

Villavicencio, de 59 anos, saía de um ato de campanha na capital do país, Quito, cercado por pessoas de sua equipe, recebeu vários tiros quase à queima roupa, dos quais três o atingiram. O atentado feriu de sete a dez pessoas.

Os supostos criminosos de Los Lobos deram a declaração em vídeo publicado no Twitter. Não se sabe se esse agrupamento é de fato autor do crime ou se está usando o clima de comoção para “capitalizar” temor generalizado entre os outros candidatos. A facção é considerada a segunda maior do Equador e é dissidente da facção Los Choneros, segundo a BBC.

Mais ameaças

“Toda vez que políticos corruptos não cumprirem suas promessas quando receberem nosso dinheiro, que é de milhões de dólares, para financiar sua campanha, serão dispensados. Você também, Jan Topic, mantenha sua palavra. Se você não cumprir suas promessas, você será o próximo”, disse o grupo, dirigindo-se a outro candidato.

Villavicencio, do Movimento Construye, disputava a presidência do Equador pela primeira vez. Era jornalista investigativo e foi líder sindical da Federação dos Trabalhadores Petroleiros (Fetrapec) no fim dos anos 1990.

Como jornalista, revelou supostos casos de corrupção de governantes do país. Acusou o ex-presidente Rafael Correa de crimes contra a humanidade e, por isso, em 2014 foi condenado a 18 meses de prisão, acusado de injúrias contra Correa. Foi membro da Assembleia Nacional do Equador entre 2021 e 2023 e se declarava defensor de causas sociais indígenas e dos trabalhadores.

Crise política

O Equador vive grave crise política. Em maio, o presidente Guillermo Lasso dissolveu a Assembleia Nacional (parlamento) do país e convocou novas eleições parlamentares e presidenciais. Lasso sofria um processo de impeachment, que foi interrompido.

Segundo pesquisa de intenção de votos feita pelo instituto ClickReport, entre 4 e 6 de agosto, a candidata Luisa González, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, está na liderança isolada. Villavicencio aparecia em 5° em disputa embolada pelo segundo lugar. Confira:

  1. Luisa Gonzáles: 29,2%
  2. Yaku Pérez: 14,4%
  3. Otto Sonnenholzner: 12,3%
  4. Jan Topic: 9,6%
  5. Fernando Villavicencio: 7,5%
  6. Brancos e nulos: 16,9%
  7. Outros: 10,1%