Europa estabelece embargo ao petróleo do Irã a partir de julho

Um dia depois de estabelecer restrições mais duras à Síria, reunião da União Europeia estabelece 1º de julho como prazo para países se adaptarem

São Paulo – Ministros de 27 países da União Europeia aprovaram, nesta segunda-feira (23), em Bruxelas, na Bélgica, um embargo gradual ao petróleo do Irã. Novos contratos estão vedados e um período de transição para adaptação das nações integrantes do bloco econômico irá vigorar até 1º de julho. Até lá, nenhum barril do mineral poderá ser adquirido do país governado por Mahmoud Ahmadinejad.

O objetivo da ação é pressionar o Irã a abandonar seu programa nuclear. Ahmadinejad alega que as pesquisas realizadas têm fins pacíficos, de geração de energia elétrica, mas os Estados Unidos e a União Europeia acusam o governo do país de buscar a construção de armas nucleares. A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) inspeciona plantas iranianas, mas ex-diretores do programa afirmam que o país estaria a um ano de produzir uma bomba com tecnologia radioativa.

A medida foi tomada um dia depois de a União Europeia ter autorizado um novo conjunto de sanções contra a Sídia, comandada por Bashar al Assad. Ele é acusado de ordenar a repressão contínua e violenta a protestos no país desde março de 2011. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 5,8 mil pessoas morreram desde então. As manifestações pedem reformas políticas.

No caso do Irã, outros países do Oriente Médio devem suplantar a demanda de petróleo dos países europeus. O período de pouco mais de cinco meses foi estabelecido para permitir a anulação dos contratos vigentes. A Grécia chegou a demandar período mais longo, mas cedeu. Os maiores importadores de petróleo iraniano na Europa são Espanha e Itália, países que enfrentam recessão e desconfiança externa do chamado mercado.

Estimativas da União Europeia indicam que até 20% do petróleo produzido no Irã é vendido para o bloco econômico. O restante tem como principal destino países asiáticos – próximo alvo de pressões políticas por parte dos europeus. 

Nas últimas semanas, diante das negociações de sanções comerciais pela União Europeia, o presidente iraniano ameaçou bloquear o Estreito de Ormuz para navios petroleiros, como represália. O local concentra grande fluxo de embarcações que levam o mineral para diferentes partes do mundo.

Há expectativa de que as sanções aplicadas incluam ainda o Banco Central iraniano, o que deve ser confirmado ainda durante a reunião. Parte dos ativos da instituição financeira, depositados em bancos europeus, podem ser congelados.

Com informações do OperaMundi

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