Escalada do conflito

Com novos ataques de Israel, Gaza já conta mais de 5 mil mortos

Exército israelense afirmou ter feito operações por terra na madrugada desta segunda no norte da Faixa de Gaza. Itamaraty é informado sobre o desaparecimento de mais um brasileiro em Israel

Agência Wafa
Agência Wafa
O conflito vem se espalhando pela região. Dois palestinos foram mortos nesta segunda (23) no campo de refugiados na Cisjordânia

São Paulo – Desde que Israel começou a retaliação contra o ataque do Hamas, no último dia 7, o número de mortos já passou de 5 mil, segundo balanço do Ministério da Saúde local, divulgado nesta segunda-feira (23). O aumento de óbitos resulta de uma operação por terra realizada pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) desde a noite de ontem (22) até a madrugada de hoje no norte da Faixa de Gaza. As ações militares foram confirmadas pelo porta-voz do governo de Benjamin Netanyahu, Daniel Hagari, que as classificou como “pontuais”. A gestão também confirmou o bombardeio de 320 alvos em território palestino.

Segundo a autoridade israelense, as operações miraram áreas onde estavam reunidos integrantes do grupo Hamas e de outras organizações armadas palestinas. O objetivo seria localizar e buscar informações sobre pessoas desaparecidas e reféns. “Houve ataques com tanques e forças de infantaria para matar esquadrões de terroristas que se preparam para o próximo estágio da guerra”, afirmou Hagari. No entanto, de acordo com as autoridades palestinas, pelo menos 436 civis foram mortos pela ofensiva israelense.

A maior parte das vítimas está na cidade de Khan Yunis, lotada de refugiados. No território, 16 brasileiros estão abrigados em quatro apartamentos, aguardando a negociação entre Israel, Hamas e Egito para a criação de um corredor humanitário na cidade de Rafah, onde poderão ser resgatados. O embaixador brasileiro na Palestina, Alessandro Candeas, disse ao jornal Folha de S. Paulo que o grupo está bem, mas muito angustiado. Outros 10 brasileiros também esperavam deixar a zona do conflito em Rafah.

Desastre humanitário

Nesta segunda, o enviado especial do governo da China para o Oriente Médio Zhai Jun publicou um alerta considerando a situação em Gaza como “muito séria”. Segundo o relator, o conflito vem se espalhando pela região. Dois palestinos foram mortos hoje no campo de refugiados de Jalazone, perto de Ramallah, na Cisjordânia. Moradores disseram à agência de notícias Reuters que as forças israelenses invadiram o local e fizeram prisões em larga escala. Em resposta, jovens atiraram pedras e foram confrontados pelos agentes de segurança.

Em sua visita, a autoridade chinesa também confirmou grave risco de desastre humanitário na Palestina. Zhai pediu que a comunidade internacional esteja “altamente vigilante” e faça “esforços conjuntos para controlar a situação”.

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Brasileiro desaparecido

Ao todo, mais de 6 mil pessoas morreram no conflito entre Israel e Hamas, conforme os últimos dados disponíveis. Em Israel, são 1,4 mil mortos, a maioria no ataque de 7 de outubro. Entre as vítimas, há três brasileiros Ranani Glazer, Bruna Valenu e Karla Stelzer; e três israelenses com ascendência brasileira: Gabriel Yishay Barel, Celeste Fishbein e um terceiro sem identificação.

O Itamaraty também foi informado pela família, ontem, sobre o desaparecimento de mais um brasileiro em Israel, Michel Nisembaum, de 59 anos. Ainda não há detalhes sobre a data do último contato e onde Nisenbaum estava em Israel. O Itamaraty informou que Michel tem dupla cidadania e é o único brasileiro que o governo trata como desaparecido no momento.

Redação: Clara Assunção