Política externa

Celso Amorim será assessor especial de Lula e acompanhará presidente em agendas internacionais

Diplomata foi o ministro das Relações Exteriores de Lula de 2003 a 2010 e da Defesa do governo Dilma Rousseff de 2011 a 2014

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Em todo o processo eleitoral Celso Amorim esteve ao lado do agora presidente brasileiro

São Paulo – Considerado um dos principais conselheiros informais de Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim é agora, formalmente, chefe da Assessoria Especial do presidente. Ele foi nomeado para o cargo nesta quinta-feira (5). O decreto foi assinado por Lula em 4 de janeiro e já foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Amorim foi o chanceler nos dois mandatos anteriores de Lula. No governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, ele esteve à frente do Ministério da Defesa. Também foi ministro das Relações Exteriores de Itamar Franco entre 1993 e 1995.

Em todo o processo eleitoral de 2022, assim como na transição, Celso Amorim esteve ao lado do novamente presidente brasileiro e foi seu principal conselheiro sobretudo em temas ligados à área internacional. Para o terceiro mandato, Lula nomeou para o Itamaraty o diplomata Mauro Vieira.

Em momento conturbado, a boa notícia ‘é que o Brasil está de volta’, afirma novo chanceler

Entre outras ocasiões, Celso Amorim esteve com Lula quando este conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, um dia depois de ser eleito em outubro. Na ocasião, o norte-americano elogiou a democracia brasileira. De acordo com a embaixada dos EUA no Brasil, os presidentes falaram da relação entre os dois países, mudanças climáticas e outros temas.

Brasil de volta ao mundo

O novo chefe da Assessoria Especial da Presidência acompanhará Lula em suas viagens internacionais, em uma agenda que deverá ser extensa. A primeira destas jornadas será no próximo dia 23, quando o presidente vai à Argentina. O presidente do país vizinho, Alberto Fernández, confirmou a ida do colega brasileiro, de quem é bastante próximo, para a participar de reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que o Brasil volta a integrar dois anos depois de deixá-la.

Após o afastamento do Brasil de organismos e países latino-americanos, resultado da política isolacionista de Jair Bolsonaro – que transformou o país em um pária internacional –, Lula promete restabelecer relações nas Américas e no mundo. Há previsões de que Lula viaje, ainda no primeiro semestre, aos Estados Unidos, a Portugal e à China.

‘O Brasil voltou’, sobre Lula na COP27, domina manchetes da mídia internacional

Entusiasmo argentino

Na segunda-feira (2), no primeiro dia de compromissos oficiais de Lula, Fernández demonstrou entusiasmo com a volta do amigo ao poder no Brasil. Em postagens no Twitter, o argentino confirmou a viagem oficial do novo mandatário e afirmou que as relações entre ambos os países serão retomadas.

“Tive uma reunião bilateral extraordinária com o novo presidente do Brasil, @LulaOficial. Falamos da importância e da necessidade de aprofundar o vínculo indissolúvel e histórico entre os dois países, que nos últimos anos tinha sido difícil de estabelecer”, escreveu Fernández.

“Decidimos claramente reiniciar a ligação entre Argentina e Brasil, com toda a força que esta ligação deve ter. Ambos os países estão inextricavelmente ligados”, postou ainda Fernández no mesmo dia, acrescentando que a “presença e liderança (de Lula) garantem o retorno do Brasil aos foros internacionais”.

Em 2019, mesmo em campanha na disputa pela presidência, o argentino correu o risco de perder votos, mas veio ao Brasil visitar Lula na prisão, em Curitiba. “Para mim é uma alegria ver Lula”, declarou à época.

Leia também:


Leia também


Últimas notícias