No México, apesar de protestos, Peña Nieto se mantém à frente nas pesquisas

Quase metade dos entrevistados tem conhecimento dos protestos e marchas estudantis, conhecidas como 'Yo Soy 132', diz pesquisa

Peña Nieto teve sua vantagem de votos diminuída devido a manifestações do movimento Yo soy 132 (Foto: CC Angélica Rivera Peña)

São Paulo – A avaliação de eleitores e os protestos contrários ao candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Enrique Peña Nieto, têm mudado o cenário eleitoral no México, país que tem eleições presidenciais marcadas para o dia 1º de julho. A mais recente pesquisa, encomendada pelo jornal El Universal ao Instituto de Pesquisa Buendía & Laredo, mostra que Peña Nieto se mantém à frente com 43,8% das intenções de voto, seguido de Andrés Manuel López Obrador, do Partido de la Revolución Democrática (PRD), com 27,7%, e Josefína Vázquez Mota do Partido da Ação Nacional (PAN), com 26%.

Apesar de liderar as intenções de votos, Peña Nieto teve sua vantagem diminuída sobre o segundo lugar das preferências, o esquerdista López Obrador. A diferença, que na última pesquisa era de 24,8 pontos, agora é de 16,1 pontos. Essa queda se dá no intervalo em que ocorreram as manifestações do movimento “Yo soy 132”, um movimento majoritariamente composto por jovens que rechaçam a candidatura de Peña Nieto e pedem imparcialidade dos meios de comunicação na cobertura das eleições.

Entre os jovens (de 18 a 29 anos), o candidato do PRI perdeu nove pontos. Tanto López Obrado como Vázquez Mota se beneficiaram da queda de Peña Nieto nesta faixa etária e subiram cinco pontos cada um nas intenções de voto. Já entre os pesquisados que dizem não ter identificação com nenhum partido, a intenção de voto é mais alta para Obrador (23%) que por Peña Nieto (21%), crescendo em quatro pontos o primeiro e perdendo em quatro pontos o segundo.

Opinião sobre as marchas

Quarenta e cinco por cento dos entrevistados têm conhecimento sobre os protestos e marchas estudantis que têm sido realizados por todo o país. Entre eles, 62% souberam que se tratava de um protesto contra Peña Nieto e seu partido, o PRI, e apenas 3% disseram que se tratava de um protesto contra os canais de televisão. Do total de entrevistados, 40% das pessoas disseram que as marchas não tentam favorecer nenhum candidato, enquanto 20% disseram que favorecem a López Obrador e 14% a Vázquez Mota.

Ao perguntar se algum dos canais de televisão favorece a um candidato em particular, 42% responderam que a Televisa favorece a Peña Nieto, enquanto 21% disseram o mesmo, mas de outra emissora, a TV Azteca. Quase a metade dos entrevistados aprova os protestos e as marchas que vêm sendo realizadas (47%).

Os protestos

O movimento chamado “Yo soy 132” teve início quando, durante um debate em uma tradicional universidade mexicana, o candidato Peña Nieto se esquivou de algumas perguntas dos estudantes, motivando uma revolta entre eles. Peña Nieto, inclusive, teve de sair escoltado e pela porta dos fundos da universidade. Na ocasião, seu partido, o PRI, acusou a universidade de ter sido manipulada por um grupo de provocadores e inimigos políticos infiltrados. Os principais meios de comunicação fizeram coro à Peña Nieto. Indignados, 131 estudantes gravaram um vídeo mostrando a carteira estudantil, desmentindo as acusações. Em questão de horas o “Yo Soy 132” eclodiu na internet e manifestações contra Peña Nieto e os meios de comunicação hegemônicos começaram.

Com informações do jornal mexicano El Universal