São Paulo –  O chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), António Guterres, elogiou o apoio que o Brasil vem dando à causa dos refugiados e outras populações vítimas de deslocamentos forçados. Ele afirmou ainda que o país pode ser um dos destinos das pessoas que fogem de conflitos em países árabes.

Guterres destacou o papel do Brasil na liderança em escala mundial no que se refere ao acolhimento de refugiados e disse que um plano para acolher essas pessoas está sendo negociado com os governos de diversos países, inclusive o brasileiro.

“Não vemos uma crise global iminente. Agora, neste momento, há uma tendência de cada vez mais, as pessoas serem obrigadas a sair de seus ambientes naturais (países de origem)”, disse Guterres.

O alto comissário afirmou que é urgente o reassentamento dos líbios que estão em regiões de fronteiras com a Tunísia e o Egito. Desde o início dos conflitos entre a oposição e o governo de Muammar Khadafi, mais de 1 milhão de pessoas deixaram a Líbia.

De acordo com Guterres, no primeiro semestre de 2011, foi identificada pelo menos uma crise por mês, causando deslocamentos forçados de populações de diferentes países. A frequência é atípica, segundo ele, o que tem exigido esforço redobrado das Nações Unidas.

Guterres chegou ao Brasil na segunda-feira (1º) e teve reuniões com os ministros Antônio Patriota (Relações Exteriores), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Direitos Humanos). Ele também se encontrou com refugiados que vivem no Brasil e com o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Augusto Ayres Britto

Refugiados

Em todo o mundo, 43,7 milhões de pessoas foram obrigadas a se deslocar devido a conflitos armados ou perseguições, conforme dados do Acnur. Do total, 15,4 milhões dessas pessoas são consideradas refugiadas e cerca de 30% delas são do Afeganistão.

Segundo o Comitê Nacional para Refugiados (Conare), o Brasil abriga cerca de 4,5 mil refugiados de mais de 70 países. A maioria deles vem da África (cerca de 65%), das Américas (22,4%) e da Ásia (10,6%). Angola, Colômbia, República Democrática do Congo, Libéria e Iraque são os principais países de origem.

Com informações da Agência Brasil e Agência Senado