São Paulo – O ex-jogador de futebol Daniel Alves, 40 anos, começou a ser julgado nesta segunda-feira (5) em Barcelona, pela acusação de estupro de uma jovem espanhola de 23 anos. Atleta do próprio Barcelona e da seleção brasileira, ele está preso preventivamente desde janeiro do ano passado. A sessão deverá durar três dias. A Justiça não aceitou pedido de suspensão.

O caso teria ocorrido no final de 2022, em um banheiro da ala VIP da discoteca Sutton, em Barcelona. Dani Alves já declarou estar sendo vítima de “julgamento paralelo” e “condenação social”. Para sua advogada, Inés Guardiola, não foi respeitado o direito à presunção de inocência, além de haver irregularidades na investigação. Ele deverá falar apenas no último dia.

O Ministério Público pede pena de nove anos de prisão, pelo delito de agressão sexual com penetração. Para a acusação, havia indícios suficientes para levar o ex-atleta a julgamento. As autoridades também pedem indenização de € 150 mil (mais de R$ 800 mil, pelo câmbio atual) por “sequelas físicas” e danos morais. Não houve acordo entre as partes que permitisse uma possível redução de pena em troca do reconhecimento da culpa. Desde que foi preso, em 20 de janeiro do ano passado, o ex-jogador deu três versões distintas à Justiça.

“Condenação midiática”

De camisa branca e jeans, o ex-jogador sentou-se diante da magistrada enquanto sua advogada passava a apresentar questionamentos com o objetivo de declarar nulo o processo. Segundo ela, além da “condenação midiática”, o acesso às informações não foi apropriado. “Nunca teve oportunidade de defender-se de maneira efetiva na fase de instrução”, afirmou.

No início do julgamento, na manhã de hoje, a mulher que teria sido vítima da violência sexual ficou protegida por um biombo, para não ter contato visual com Dani Alves. A representante do Ministério Público, Elisabet Jiménez, disse que a defesa teve pleno acesso às atualizações do caso. E lamentou que o estafe do ex-jogador tenha divulgado um vídeo com imagem e dados pessoais da vítima.

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