Campeonato Paulista

Santos x Palmeiras: 10 jogos históricos do ‘clássico da saudade’

Equipes disputam neste domingo (19), na Vila Belmiro, um confronto que tem se caracterizado recentemente pelo equilíbrio técnico e acirrada rivalidade

Rodrigo Corsi/FPF e Rafael Ribeiro/CBF

Com títulos nos últimos anos, Santos e Palmeiras têm acirrado a rivalidade

São Paulo – Um clássico quente. Assim tem sido as partidas disputadas entre Santos e Palmeiras nos últimos dois anos, quando ambos se encontraram em duelos decisivos e jogos nervosos, com rixas entre atletas e provocações de lado a lado. Neste domingo, às 18h30, na Vila Belmiro, um novo capítulo dessa história.

Só decisões em penalidades foram três. Em 2015, o Santos levou a melhor na final do campeonato paulista, repetindo a dose nas semifinais da competição em 2016. Já o Palmeiras triunfou na Copa do Brasil de 2015, quando o Alvinegro era favorito. Na comemoração, atletas do time da capital usaram máscaras com o rosto do atacante santista Ricardo Oliveira, tido como “provocador” pelo elenco palestrino.

Na década de 1960, o confronto ficou conhecido como “clássico da saudade”, em função do belo futebol apresentado por ambos à época. No período, somente o Palmeiras rompeu a hegemonia do Santos de Pelé e companhia em campeonatos paulistas. Entre 1958 e 1969, o Alviverde levantou o título em 1959, 1963 e 1966, com o Peixe levando a melhor em todos os outros anos.

Confira alguns dos encontros memoráveis entre tantos que os dois times protagonizaram:

1 – Santos 7 X 6 Palmeiras (Rio-São Paulo de 1958)

Reza a lenda que cinco infartos ocorreram por conta desse jogo histórico, com três reviravoltas no placar. No Pacaembu, 43.068 pessoas viram Urias marcar o primeiro tento do jogo aos 18 minutos. O menino Pelé, com 17 anos, empatou e Pagão virou, aos 25. Nardo empatou um minuto depois e o Peixe atropelou até o final do primeiro tempo, com Dorval, Pepe e Pagão fazendo 5 a 2.

Jogo ganho, não? O goleiro palestrino Edgar chegou chorando ao vestiário, se recusando a voltar para o segundo tempo. Oswaldo Brandão colocou Vitor e o Palmeiras decidiu jogar. Em 18 minutos, o Verdão virou com Paulinho, de pênalti, aos 16; Mazzola, aos 20 e aos 28, e Urias, aos 34. Um 6 a 5 que não foi o placar final graças a Pepe. O ponteiro alvinegro voltou a empatar aos 38, de cabeça, e, aos 43, sacramentou o triunfo do Peixe.

2 – Palmeiras 2 X 1 Santos (Campeonato Paulista de 1959)

O estadual de 1959 só foi decidido no início do ano seguinte em função do extremo equilíbrio entre os dois times, que terminaram a competição empatados em número de pontos. Nas duas primeiras partidas, 1 a 1 e 2 a 2, ficando a decisão para um terceiro duelo.

Ali, Pelé abriu o placar aos 14 minutos, de cabeça, mas a primeira Academia palmeirense encontrou forças para a virada. Julinho Botelho empatou quase no fim da etapa inicial e Romeiro, em cobrança de falta, fez o segundo tento da equipe aos 13 no Pacaembu. A partir daí, o domínio palestrino seguiu e o time ainda acertou três vezes a trave até poder comemorar o título.

3 – Santos 6 X 1 Palmeiras (Campeonato Paulista de 1982)

Os dois rivais penaram em boa parte da década de 1980, sendo que o único título conquistado por um deles no período foi o estadual de 1984, obtido pelo Santos. Aquele Paulista de 1982, em especial, decidido por Corinthians e São Paulo, não parecia reservar grandes emoções para santistas e palmeirenses. Mas uma partida em especial ficou na memória.

O Alvinegro aplicou um 6 a 1 surpreendente no rival, confronto que teve como principais artilheiros João Paulo e Serginho Dourado, que foram às redes duas vezes cada um. Roberto César e Paulinho Batistote completaram o placar da equipe comandada por Chico Formiga. Jaime Boni descontou para o Palmeiras de Rubens Minelli.

4 – Santos 0 X 6 Palmeiras (Campeonato Paulista de 1996)

A bela equipe palmeirense de 1996, que marcou 102 gols no torneio estadual daquele ano, era um time afeito a goleadas, e não poupou o Santos na partida do 1º turno daquele ano, disputada na Vila Belmiro. Com oito desfalques por lesões e suspensões e comandado por um técnico interino, Orlando Amarelo, o Alvinegro não foi páreo para a máquina de fazer gols de Vanderlei Luxemburgo.

Foram necessários somente 24 minutos para os visitantes fazerem 3 a 0, com gols de Rivaldo e Cléber (2). Na etapa final, Cafu, Djalminha e mais uma vez Rivaldo fariam outros três tentos, selando uma goleada que revoltou os torcedores da casa. O resultado assegurou o título do primeiro turno para o Palmeiras. Mais adiante, novamente contra o Peixe, em um triunfo por 2 a 0, os palestrinos conquistaram o segundo turno e o Paulista daquele ano.

5 – Palmeiras 5 X 0 Santos (Campeonato Brasileiro de 1997)

Não, o Palmeiras não era mais aquele time arrebatador do ano anterior, que havia goleado o Santos na Vila por 6 a 0. Rivaldo, Djalminha, Muller e Luizão haviam deixado o clube após fazerem história com a linha dos cem gols no Paulista de 1996. Mesmo assim, era um time competitivo que chegou ao vice-campeonato brasileiro de 1997. E goleou mais uma vez os rivais alvinegros.

Dessa vez, Vanderlei Luxemburgo era treinador do Peixe, em sua primeira passagem pelo clube. E viu seus comandados, entre eles Zetti, Narciso, Caio (Ribeiro) e Macedo, sofrerem dois gols de Oséas, outros dois de Viola, e um de Alex. Uma goleada alviverde pelo segundo ano seguido no rival.

6 – Palmeiras 2 X 3 Santos (Campeonato Paulista de 2000)

Naquele ano, o Santos disputava a segunda partida da semifinal no Pacaembu contra o forte Palmeiras, vivendo um incômodo jejum de 16 anos sem chegar a uma decisão de estadual. No primeiro jogo, disputado no Morumbi, o Alviverde havia sido muito superior, barrado apenas pelo jovem goleiro Fábio Costa, que substituiu o veterano Carlos Germano na ocasião. Mesmo assim, o 0 a 0 não era de todo ruim para o Palmeiras, que jogava por dois empates.

Mas nem a vantagem evitou que os palestrinos iniciassem no ataque o segundo confronto, com gols de Argel, aos 32 do primeiro tempo, e Euller, aos 8 da etapa final. Com um time tecnicamente inferior, a missão santista parecia impossível, mas o milagre aconteceu. Eduardo Marques diminuiu para o Peixe aos 23 e Anderson Luiz empatou aos 32. Após um cruzamento de Robert, Claudiomiro dividiu com Marcos e cabeceou para o gol. A bola sobrou limpa para Dodô, no chão, marcar o gol da virada.Um resultado histórico para os santistas.

7 – Santos 0 X 4 Palmeiras (Campeonato Brasileiro de 2004)

O Alvinegro contava ainda com a dupla Diego e Robinho, comandados por Vanderlei Luxemburgo, de volta ao clube para substituir Émerson Leão. O Alvinegro se sagraria campeão da competição naquele ano, mas não sem antes ser goleado em casa pelo Palmeiras, recém-promovido à primeira divisão.

Foi um atropelo, com dois gols palestrinos em cada tempo. O então jovem atacante Vagner Love anotou duas vezes, com Elson e o colombiano Muñoz completando o placar. Curiosamente, em uma fase na qual o Peixe havia renascido para uma trajetória de títulos após um jejum de quase 18 anos, o time da capital completava, com a goleada, uma sequência de cinco jogos sem ser derrotado pelo adversário.

8 – Santos 5 X 1 Palmeiras (Campeonato Brasileiro de 2006)

Na 22ª rodada do Brasileiro de 2006, o Santos disputava o título e estava a quatro pontos do São Paulo, enquanto o Palmeiras lutava para ficar longe da zona do rebaixamento, vindo de uma boa sequência de onze partidas sem derrotas. A disparidade de um e outro, no entanto, ficou evidente naquele jogo disputado na Vila Belmiro.

O zagueiro Luiz Alberto fez dois, aos 13 e aos 24. Juninho Paulista descontou na primeira etapa, mas no segundo tempo o Peixe deslanchou com Wellington Paulista, aos 15 e aos 22, e Jonas, aos 25. Pouco mais de duas semanas depois, o técnico palmeirense Tite foi demitido.

9 – Santos 2 X 1 Palmeiras (Campeonato Paulista de 2009)

No estadual daquele ano, o Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo tinha feito a melhor campanha na primeira fase, e o Santos era uma equipe em formação com um técnico novato, Vágner Mancini. O treinador havia promovido na competição a estreia de Neymar, estrela das divisões de base.

O Alvinegro vencera a primeira peleja na Vila por 2 a 1 e, no Parque Antarctica, saiu na frente aos 17, com Madson. No segundo tempo, Mauricio Ramos fez pênalti em Neymar, e Kléber Pereira converteu. Pierre, em um “frango” de Fábio Costa, ainda diminuiu, ms já era tarde. Outro fato que marcou aquele jogo foi a briga entre Diego Souza e Domingos, com a expulsão de ambos.

10 – Santos 3 X 4 Palmeiras (Campeonato Paulista de 2010)

Sensação daquele primeiro semestre, o Santos voava baixo nas mãos de Dorival Júnior. Robinho, Ganso, Neymar e companhia humilhavam os adversários com goleadas e grandes jogadas tramadas na parte ofensiva. Um time encantador que, naquele domingo, na Vila Belmiro, parecia que ia fazer mais uma vítima, o Palmeiras. Mas a história mudou no meio do caminho.

Pará anotou aos 10 e Neymar recebeu de Ganso para ampliar aos 30. No final do primeiro tempo, Cleiton Xavier cobrou para Robert diminuir de cabeça, aos 41. Um minuto depois, o mesmo Robert empatou a partida após assistência do lateral colombiano Armero que, na comemoração, dançou como costumavam fazer os meninos da Vila, dando origem ao “Armeration”. O Alviverde virou no início do segundo tempo, com Diego Souza, e Madson empatou aos 35. Robert, de novo, definiu a vitória visitante.

Com informações de Futepoca e Filho de Peixe

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