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Após festa da brasilidade, chama olímpica é apagada e marca fim da Rio 2016

Cerimônia no Maracanã voltou a privilegiar ícones da cultura brasileira, como foi a abertura. Temer falta e provoca mal-estar diplomático com delegação japonesa

© REUTERS/Fabrizio Bensch/Agência Brasil

Depois de uma festa que exaltou a brasilidade, a chama olímpica foi apagada em um ato cheio de simbolismo: enquanto a cantora Mariene de Castro interpretava a música Pelo tempo que durar, de Marisa Monte e Adriana Calcanhoto, uma chuva, que representa a abundância das águas tropicais, caiu sobre a pira, extinguindo o fogo. A mensagem, no entanto, não foi de finitude: uma grande árvore surgiu no centro da cena, ressaltando o novo começo.

Por fim, a maior festa brasileira ganhou o gramado do Maracanã, evocando a tradição dos blocos de rua de carnaval e o esplendor dos carros alegóricos que passam todos os anos pela Marquês de Sapucaí. Rainhas das escolas de samba, passistas, percussionistas e baianas juntam-se ao Cordão do Bola Preta para o último elemento da cerimônia.

Ao discursar na cerimônia de encerramento da Rio 2016, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Arthur Nuzman, disse que a realização dos Jogos foi a prova da capacidade de organização dos brasileiros.

O dirigente disse que fazer os jogos no Rio foi um grande desafio, e destacou os sete anos de luta e trabalho na organização da competição – o Rio foi escolhido sede da Olimpíada em 2009, no segundo mandato de Lula. Ele também agradeceu o apoio da torcida e de todos os brasileiros, especialmente dos voluntários que trabalharam durante os jogos. “Todos os brasileiros são heróis olímpicos. A torcida do Brasil tem a medalha de ouro”, disse Nuzman.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach afirmou que os Jogos vão deixar um grande legado para as próximas gerações e destacou que o evento foi uma celebração da diversidade. Ele agradeceu a participação dos voluntários que trabalharam durante os jogos e destacou o desempenho dos atletas. “Ao competir com amizade e respeito, a conviver com harmonia, estão mandando mensagem poderosa de paz para o mundo inteiro”, disse.

O presidente do COI também falou sobre a participação dos atletas refugiados na Olimpíada. “Vocês nos inspiraram com seu talento e sua força. Vocês são o símbolo de esperança para milhões de refugiados no mundo”, disse.

Seis representantes de programas educacionais e sociais que recebem o apoio do Comitê Olímpico Internacional foram homenageados pelo COI, representando a população carioca.

Temer falta

A Olimpíada Rio 2016, conquistada pelo ex-presidente Lula e preparada pela presidente Dilma Rousseff, chegou ao fim com um vexame diplomático protagonizado pelo interino Michel Temer: pela primeira vez na história, uma Olimpíada termina sem a representação de um chefe de estado.

Para evitar receber, antes da votação final do impeachment, as mesmas vaias que levou na abertura, ele deixou de ir à cerimônia de encerramento, deixando de encontrar com o premiê japonês Shinzo Abe. Ele veio porque Tóquio sediará os Jogos de 2020 e, tradicionalmente, o chefe de estado do país anfitrião passa o bastão olímpico ao responsável pela organização dos jogos seguintes.

A desfeita causou mal-estar com a comitiva japonesa. Temer ofereceu um encontro em Brasília, que foi negado pelos japoneses, uma vez que Abe teria apenas 18 horas no Brasil, depois de uma viagem exaustiva.

Temendo novas vaias, Temer enviou apenas uma carta. “Confio que poderemos encontrar-nos proximamente. Teremos sempre a beneficiar-nos do diálogo franco e aberto sobre nossa diversificada agenda bilateral e sobre temas globais de interesse comum”, disse Temer, na carta.

O presidente em exercício desejou sucesso na realização dos Jogos Olímpicos de 2020, que serão disputados em Tóquio.

Com reportagens da Agência Brasil e Brasil247

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